CELEIROS RESTAURADOS
Não sei bem o que acontece depois dos 40 anos.
O processo de vida corre, voa e quando percebemos,
já estamos chegando a fase da terceira idade,
de mãos vazias, sem objetivos e poucos planos.
E o medo do esquecimento... na maioria das vezes, fala alto.
Se há a presença dos filhos, a tolerância caminha veloz,
pois em muita coisa... a juventude deixa a desejar.
Como se nossos valores fossem já, ultrapassados
e os créditos de nossas experiências sorrateiramente...
deixassem de ser importantes.
Nessa hora os amigos nos servem de ancoradouros,
sendo um suporte de maior precisão.
E não é, que nos sintamos abandonados pela família,
mas há algo que incomoda,
quando nos deixam do lado de fora...
Então refletimos sobre o passado, o que foi feito
e o que poderíamos ter, acrescentado.
E respiramos fundo... buscando alternativas que nos possibilite
o sentimento do estar vivo e do sentir-se..
verdadeiramente livres.
Também olhamos o céu com maior freqüência
e observamos a nós mesmos, mas do que a qualquer outro.
O tempo a parti de agora
é todo avaliado em qualidade e compreensão,
as flores fazem a diferença do dia,
um sorriso é o suficiente para abrir caminhos de coração
e instalar-se, de maneira transparente na alma.
Perdoamos mais, damos mais abraços...
e aceitamos sem relutar, nem reclamar dos resultados.
Porém tudo o que queremos é ser acolhidos e amados.
O amanhã está longe do nosso alcance, mas o agora...
é um eterno presente, com presentes em cada retorno
e em cada movimento...
Somos também, mais emoções,
e sobre uma ternura indescritível...
somos mais sentimentos.
Expandimos com melhor qualidade,
nossos laços efetivos, negando distâncias,
fugindo dos desnecessários silêncios.
E aprendemos... a sermos exemplos de vida plena,
com a alma de jovem e a mente tranqüila, serena.
Envelhecer sim, sem perder os sonhos,
nem rotular a liberdade.
Envelhecer, mas envelhecer com capacidade,
aceitando-se... dando o maior dos saltos,
aquele que investe na vida
e nunca se esquece de ser o produto: DA FELICIDADE!
(Depois dos 40... inicia-se uma faze exclusivamente, divina.
É que a vida começa e nunca mais termina.)
Fim desta, C. Santos.