Apenas um menino aprendendo a amar

Tanto tempo já faz e eu era tão pequeno, não pensava que já poderia ter sentido algo tão intenso. Só tinha 13 anos, pela primeira vez havia visto uma foto dela, não conseguia entender como poderia ser tão bela, nem ao menos conseguiria entender como a mesma iria me dar atenção, aquele gordinho desajeitado.

Um dia me peguei desafiado, iria conquistar ela e era em meados de 2006 ou 2007, na época do MSN, ela era de um grupo dos escoteiros mas de alguma forma eu me vi numa situação complicada, estávamos numa palestra sobre sexualidade, onde a palestrante havia comentado sobre os mitos da masturbação, que quem fazia tinha a mão peluda falei para o colega ao lado "os pelos não cresceram ainda", sei que isso não é conveniente, mas nesse momento não vi que a menina estava logo na minha frente. Ela olhou pra traz e fez uma cara de "Que isso", e virou. Me dei conta do que havia dito mas quando vi que era ela, não sabia o que diria, apenas ri.

Eu tinha adicionado ela no MSN, papo vem, papo vai. Descobri que tinha outro menino que gostava dela, do mesmo grupo, nessa hora senti que tinha que conquistar ela primeiro que ele, não me deixaria vencer por outro que nem ao menos eu conhecia, mas tinha vantagens por ser amigo dela, eu nem ao menos tinha trocado palavras pessoalmente, apenas tinha a vantagem que sentia algo verdadeiro e que nunca havia sentido, mas para o meu azar não sabia como administrar tamanho sentimento.

Criei coragem e convidei ela para conversar, o pai dela era comerciante no centro, nos encontramos numa galeria que tinha por lá. Lembro de nós dois sentados de frente um para o outro, sem muito o que falar, observei a mão sobre a mesa e coloquei a minha sobre a dela, como era muito branca vi suas bochechas rosadas de vergonha e sem reação, tanto quanto eu também estava, mas pensei "conquistei o amor da minha vida".

Era um domingo de sol, em seguida, fomos caminhando para o ponto de ônibus que iriamos até sua casa, sentamos num banco e ficamos lá, por incrível que pareça não fui eu quem tomou a atitude de dar o primeiro beijo, estava deitado sobre suas pernas e ela baixou e me beijou, agora era eu quem estava com as bochechas rosadas e com vergonha, senti uma explosão na hora de vergonha pois não conseguia expressar o que estava sentindo naquele minuto, era eterno, era doce e sensato pensei "ela é o amor da minha vida".

Apenas um menino aprendendo a amar, não sabia o que deveria fazer, o que não deveria fazer, simplesmente sorrir e ser grato por um sentimento tão bom e doce num momento tão pouco imaginado, apenas simplório e imprevisível. Não havia nada de místico, nada de impressionante, apenas uma sensação boa, as borboletas no estomago.

Pode parecer algo clichê ou que muita gente já passou, mas é algo que em mim revive como lembrança de algo que no fim é uma história de amor infantil mas que no fim deu um aprendizado profundo, que tudo acontece na hora certa e deve ser aproveitado com intensidade.

Querubim Ameno
Enviado por Querubim Ameno em 11/01/2020
Reeditado em 11/01/2020
Código do texto: T6839579
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