Monólogo do Amor

Nascestes da minha existência!

Quando foste concebido, fui eu quem te recebeu. Estive presente no que teus pais sentiam por ti.

O teu primeiro sorriso foi dado para mim. Na tua infância, na tua adolescência vivias cercado por mim.

Crescestes e eu permaneci ao teu lado. Sentiste-me com intensidade na tua primeira paixão.

Em meu nome sorristes, chorastes, sofrestes também, mas foste verdadeiramente feliz!

Quando estavas triste, estive lá para te consolar. Estive presente nas canções que cantavas, nas poesias que recitavas, nos versos que escrevias.

Por mim teus dias foram mais claros, as noites mais iluminadas, teus risos mais felizes e teu olhar mais brilhante.

Sequer sentias solidão, angústia. Eu completava tua vida!

Fui tua felicidade imensurável, tua verdade mais absoluta.

Por mim mudastes a vida!

Hoje passei por ti e sequer fui notado. Agora me renegas, desacredita, me sufoca!

Pergunto-me então, o que teria eu feito de tamanho mal para tal cólera?

Não me desprezes, porque me chamo amor e em ti permaneço vivo!

Anne Monteiro
Enviado por Anne Monteiro em 20/09/2007
Reeditado em 02/09/2008
Código do texto: T660955
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