O Sentimentalista

Eu gostaria de dizer que o vento é sábio. No topo, a visão, o leve tinir do bater do vento no rosto, a calma sensação de liberdade. Vidas, movimentos, barulhos, mas apenas uma pessoa. O barulho já não possui som, os movimentos já não circulam e as vidas perdem explicação, mas ganham sentido. A reta visão nas nuvens escondendo o suave e tranquilo pôr do sol, as aves batem as asas e sentem a leveza de suas vidas passando em sincronia com a maravilhosa sensação de que nada poderia ser melhor. Mas o que exatamente faz isso? O aperto, o suspiro do expiro. Você é que faz isso. Você é o som que quero ouvir, é tu que movimenta meu coração com as batidas mais fortes que fazem meu corpo sentir, é tu a minha vida, o meu mais abstrato e inexplicável sentido. O som baixo do violino fica mais fino, a melodia fica mais comovente, e o sol se põe mais alegre. Não há momento melhor, como isso pode se perder? As pequenas faixas de estrelas no céu âmbar mostram o elo entre a minha vida e a mim mesmo, podem não ser visíveis por um tempo, mas sempre voltam, e sempre voltam brilhantes. As luzes pequenas em minha visão se tornam maiores, os ventos examinam minha consciência e trazem para mim o meu bem maior. Seu olhar verde deixa o dia mais bonito, sua voz deixa o dia mais alegre e seu carinho deixa o dia mais aconchegante. Os longos fios claros se soltam a medida que o vento os leva, mas isso possui significado, possui desejo, possui amor. O toque, mais sensível e mais caloroso, se entrelaçam e formam a união. O aperto de seus braços a cima de meu ombro espanta todo e qualquer perigo, meus braços a envolvem e gritam "você é minha e eu sou seu". Os lábios não precisam falar, seus encontros desligam todo o resto, e no momento, o que mais importa nos dois corações harmônicos, são os ventos os unindo.