A Quadrilha Junina é uma tradição Folclórica e Cultural, que foi introduzida no Brasil no início do Século XIX. Com a vinda da Corte Real Portuguesa e com várias missões culturais francesas, que estiveram no país na mesma época. A aceitação foi instantânea, transformando-se quase numa dança oficial de todos os saraus elegantes e tornou-se muito popular. Desta forma, a Quadrilha deixou os salões imperiais, e espalhou-se por todas as camadas sociais chegando até as grandes fazendas e vilas do interior, onde receberam novas cores sendo enriquecidas com novos instrumentos e passos, bem ao gosto dos Brasileiros, e ali se conservaram na memória do povo até os tempos modernos, com novas coreografias e músicas atualizadas, mas mantendo o sabor campestre e popular.
Nos últimos anos, os arraiais juninos passaram a ter uma função diferente: deixaram de ser apenas a palhoça, onde as pessoas se encontravam para comemorar o período junino comendo, bebendo e dançando perto da fogueira e se transformaram em locais onde dançar não é apenas motivo de lazer e divertimento, mas uma maneira de desenvolver a dança como habilidade artística num grupo de pessoas, às quais chamamos quadrilheiros. A demasiada atenção que as Instituições privadas com suas grandes festas e os concursos de Quadrilhas contribuíram bastante para as mudanças das Quadrilhas, que para muitos é considerada irreversível, talvez inaceitável para outros, e alcançou diversos níveis, permitindo variação na forma de apresentação e na diversidade de estilos das quadrilhas. E é neste contexto que se situa o trabalho da Quadrilha Êta Lasquêra que consegue simultaneamente resgatar a tipicidade da Quadrilha Junina e inovar por meio da dinâmica do folclore brasileiro. (extraído)
-SERVAMARA-
Quando eu era criança, eu apreciava muito quando chegava a época de São João, porque meses antes, as professoras começavam a treinar rigorosamente a quadrilha com seus alunos; e era formado os casais , escolhidos as músicas que seriam tocadas na festa, e as roupas de cada participante.
Tudo era motivo de alegria , festa e também ficavamos mais unidos, mais amigos; e sempre ficavamos pensando se aquele menino tão belo , por quem tinhamos tantas afinidades, seria escolhido para ser nosso par...porque eram as professoras que escolhiam os nossos pares, e ficavamos torcendo, que ela escolhesse certo e nos unisse ao nosso par predileto.
Me relembrei desse assunto, porque li uma poesia de Carlos Drummond de Andrade, Quadrilha, que retrata os desencontros amorosos que é tão comum em nossos dias!
João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.
João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.
Meio engraçado, meio trágico...mas o que ele escreveu, retrata fielmente a realidade do que vivemos atualmente, a nossa vida sentimental é um desacerto sem fim; quando é dirigida pelos apelos dos nossos olhos, da nossa carne, e quando outorgamos a autoridade ao maligno de comandar esse relacionamento.
E quando isso ocorre?
Quando nos precipitamos, pulamos etapas, não nos conhecemos profundamente na época do namoro; invés de agirmos com a mente, com o racional, usamos o coração, os nossos sentimentos, as nossas emoções; e o pior, começamos a nos prostituir...a partir daí, trazemos o espírito do engano, lúxuria para estragar tudo que construimos anteriormente;
Gerando assim tantos desencontros, sofrimentos, enganos, escolhas equívocadas; e as vítimas somos nós mesmos; e também os filhos, que podem ser gerados sem planejamento, sem um verdadeiro amor!
Como podemos modificar o caos que se armou em nossa vida sentimental?
Só existe um caminho....entregando nossa vida sentimental ao Senhor, porque Ele é o Único que não faz a escolha errada, que sabe e conhece "aquele", "aquela", que é o nosso par perfeito, "aquele", "aquela" que se encaixa perfeitamente conosco, e com quem viveremos até o final da nossa vida!
Na Bíblia é retratado uma linda história de amor, sendo desde do início comandada, orquestrada pelo Senhor; e sempre vale a pena relembrar, para nos inspirarmos...
Abraão já estava idoso, e se preocupava com seu filho Isaque, e ele sabia, conhecia, o quanto uma escolha sentimental acertada seria essencial para o futuro dele; porque ele mesmo já tinha vivido uma vida sentimental plena e abençoada pelo Senhor e desejava o mesmo para o seu querido filho.
Mas ele também sabia que seu filho não podia correr o risco de se envolver com mulheres ímpias, estrangeiras; então inspirado pelo Espírito Santo, mandou o seu servo, homem de sua maior confiança, que fosse a terra dos seus familiares, a Mesopotâmia, cidade de Naor, encontrar uma mulher para seu filho; ele deu todas as instruções ao seu servo Eliézer, inclusive, fazendo-o jurar que cumpriria suas recomendações.
Ele jurou e partiu com dez camelos, e todos os bens do seu senhor...mas ele foi sábio, e por todo caminho, orou ao Senhor, inclusive pedindo que Ele lhe agraciasse com um bom encontro e uma mulher abençoada, escolhida, para Isaque!
Eis que eu estou em pé junto à fonte de água e as filhas dos homens desta cidade saem para tirar água;
Seja, pois, que a donzela, a quem eu disser: Abaixa agora o seu cântaro para que eu beba; e ela disser: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos; esta seja a quem designaste ao teu servo Isaque, e que eu conheça nisso que usaste de benevolência com meu senhor. Gênesis 24:13-14
E ele foi imediatamente atendido, pois se aproximou do local, uma jovem mui bela, virgem, bondosa, trabalhadeira, que se prontificou, não só a dá água a ele, mas como tirar água da fonte para saciar a sede dos seus camelos; e o melhor, ela era filha de Betuel, filho de Milca, o qual ela deu a Naor.
Ele continuou observando toda a sua dedicação e gentileza em providenciar palhas, muito pasto, para seus camelos, e lugar para ele descansar e dormir.
Ele agradeceu ao Senhor por sua jornada ser abençoada; e Eliézer foi falar com seu irmão Labão seu pai Betuel; e relatou o motivo da sua viagem, em cumprir a determinação do seu senhor Abraão; e o melhor, ser guiado pelo o Anjo do Senhor em encontrar Rebeca; eles ficaram felizes e aceitaram o pedido de casamento feito a sua filha e irmã.
Mas o que mais gostei foi a determinação da jovem Rebeca, em aceitar esse pedido, em viajar em cima dos camelos, vários dias, uma viagem muito cansativa, indo ao encontro de um desconhecido, e também a uma outra cidade, outro povo; com certeza, ela também foi guiada pelo Espírito Santo, que deve ter confirmado com seu espírito, lhe dando certeza e paz, que estava no caminho certo, fazendo a escolha certa!
E enquanto isso, seu pretendente Isaque, estava também sendo guiado pelo Espírito Santo para continuar os seus afazeres, mas nunca esquecer de orar, meditar e manter sua comunhão com o Senhor.
Imagino como deve ter sido o encontro deles, a primeira vez que se olharam e a certeza, que sentiram que a partir daí, desse abençoado encontro, jamais seriam os mesmos, que nesse momento estava sendo selado uma aliança, parceria que duraria pra sempre!
Um casamento que não foi selado pelos apelos dos olhos, nem da carne e sim, pela vontade do Senhor, que imaginou, sonhou aos criá-los, como seria o reencontro dessas almas e espíritos que viviam ainda separados, mas que um dia, se reencontrariam, para nunca mais se separarem!
Meus amados, amadas...vale a pena esperar esse momento, se guardar, para esse abençoado momento, aquela momento, que nossos olhos enxergarão "aquele", "aquela", que os nosso olhos estavam tão ávidos de procurar, buscar!
Eu tenho certeza que vale a pena perseverar e crer que o Senhor nos agraciará com essa dádiva!
E você crê???
Observe também que ao encontrar Isaque, Rebeca se cobre com o véu, para manter sua pureza diante do seu noivo, ela só se descobre, tira o véu, após se casar!
Veja a diferença dela e de uma mulher que quer se entregar já no primeiro encontro!
Meus amados, minhas amadas, temos de reaprender tudo de novo, aprendermos com o Senhor...A Arte de Amar e Ser Amado!
De manter a castidade, a pureza...mesmo que o maligno tenha roubado esse tesouro de ti no passado!
É hora, de resgatarmos, iguais a duas crianças inocentes, o amor, o verdadeiro Amor, ao Senhor e "aquele", "aquela" que o Senhor escolheu pra nós!
E Isaque saíra a orar no campo, à tarde; e levantou os seus olhos, e olhou, e eis que os camelos vinham.
Rebeca também levantou seus olhos, e viu a Isaque, e desceu do camelo.
E disse ao servo: Quem é aquele homem que vem pelo campo ao nosso encontro? E o servo disse: Este é meu senhor. Então tomou ela o véu e cobriu-se.
E o servo contou a Isaque todas as coisas que fizera.
E Isaque trouxe-a para a tenda de sua mãe Sara, e tomou a Rebeca, e foi-lhe por mulher, e amou-a. Assim Isaque foi consolado depois da morte de sua mãe. Gn 24:63-67