Muralhas
Muralhas de pedra, de ferro, de sombras,
tão inconscientes quanto a explosão da seiva vital;
por elas invadem meus sonhos tão loucos,
decididos a rasgarem fendas de luz,
que do teu coração emana o amor.
E mais que subitamente,
teu fogo me invade,
não importa que muralhas de pedra nos apartem.
Riscam veredas misteriosas, as recordadas d'instintivos anseios
que sustentaram o nosso viver esperançado,
desde os primórdios da escada que se floriu do nosso amor perfeito.
Estas muralhas se derretem tal neve ao sol doirado,
porque o meu amor transcende a todo obstáculo que haja,
criando pontes, istmos, cipós,
buscando-te para um abraço eterno,
infinita e deslumbrantemente liberto!
Santos-SP-09/04/2006