COMO VAI, MEU IRMÃO? COMO VAI, MEU AMIGO?
I
Quando o sol se calou,
eu vi um deserto
como Cristo
certa vez deparou.
… fiquei cercado de humanos
apodrecendo e apodrecidos.
E vez ou outra, lembrava de ti
perguntava comigo:
“Como vai, meu irmão? Como vai meu amigo?”.
O sol se calou…
não havia nada a se fazer.
Me disseram que só o tempo
resolve certas coisas
O tempo de Deus. Não o meu.
E eu tive paciência
esperando poder perguntar:
“Como vai, meu irmão? Como vai, meu amigo?”
II
um quase-sorriso brotou
num rosto se curando
mas, ainda adoecido…
Um corpo a tentar reagir.
Cercado por serpentes
envolto em correntes.
Amor a Deus
amor por mim mesmo…
uma grande e solitária
descoberta
Um amor por qualquer pessoa.
III
Tudo de bom retornando
como se eu fosse ímã,
que estava sujo
finalmente banhado
em leite de rosas.
Tudo de bom
tudo de OK
tudo que vem
tudo já foi, tudo se foi…
o mal foi embora
e deixou de ter rosto…
tudo de bom
tudo o que é
gente DO BEM.
Ele estava ali
e eu também
Mais uma vez
Felizes pra burro
E eu pude perguntar
outra vez:
“Como vai, meu irmão? Como vai, meu amigo?”
E ele então,
Afinal… respondeu.