Aprendi com o meu pai
O meu velho pai... Ah... Grande amigo. Um ser encantador, ferrenho trabalhador, e desvinculado dos vícios peculiares, os quais destroem milhares de lares. Um homem forte e bem-humorado. Era sempre engraçado, fazendo piegas com a própria vida e suas feridas.
Muitas vezes, assim me dizia:
- Filho meu, o homem; apenas vale o que tem!
Não deu outra, realmente falava do óbvio, e do homem, figura louca da ilusão mercantilista qual afeta a quase todos os mortais-artistas embasados em vinténs de ouro folheados, porém, por dentro podres e enferrujados.
Aquele homem forte, amorável, despojado, enfim meu ícone idolatrado o qual veio do nada, e pelo seu esforço danado conseguiu o seu fim colimado, pois, havia chegado ao topo do seu sonho materializado. O mais engraçado, para não dizer: Tempo passado e dramatizado...
Fez um monte de amigos mistificados, ou enorme penca mumificada.
Porém, o velho tempo foi passando ano a ano, e seus pseudoamigos foram emigrando também. O meu velho já não tinha mais seus vinténs folheados, mas a sua dignidade o acompanhou até os últimos dias de sua vida, partida para o além...
- E o seu pai, tem muitos amigos?