Poema da partida

De partida, meus irmãos, chorar não devo.

Devolvido que me foi emprestado,

nenhum direito a reclamar.

Na estrada, íntimo forasteiro do tempo,

muito mais recebi que o merecido,

porquanto não soube dar o que mereceram.

Vai raiar a minha estrela noutra jornada,

não sei onde nem com quem experiências vou trocar.

Não adianta questionar ou saudades lamentar,

nada nas mãos à porta estreita que me espera

apenas levarei a paz do coração.

Santos-SP-04/09/2006

Inês Marucci
Enviado por Inês Marucci em 04/09/2006
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