O fiasco do aniversário da Diocese de Bauru
A Diocese de Bauru, no interior paulista, está comemorando o jubileu de 60 anos de fundação neste ano. Dentro das comemorações previstas, no sábado, 29 de junho, ocorreu uma apresentação da Banda Sinfônica da Polícia Militar na Praça Rui Barbosa, diante da Igreja-Catedral da diocese, cujo padroeiro é o Espírito Santo.
Eram previstas 4.000 pessoas no mencionado evento, incluindo os membros do clero, fieis católicos e outros. As fotos tiradas pela Pascom da diocese mostram um número muitíssimo inferior. Acorreram ao apropositado evento, no máximo, umas 200 pessoas. Segundo o site "Catholic Hierarchy" (Hierarquia Católica), o número de almas que forma a Diocese de Bauru, incluídas todas as cidades, chega a 485 mil. Ou seja, as comemorações do jubileu estão sendo um fracasso, estão esvaziadas.
Como se isso não fosse suficiente, um dos números musicais apresentados pela banda militar da Polícia foi a infame "Boate Azul". Uma testemunha ocular da ocasião, que preferiu não se identificar, asseverou que todos cantaram alegremente a desonrosa música, incluindo autoridades católicas e fieis.
A testemunha, que não é católica, tentou olhar a situação com "lentes cor-de-rosa", e concluiu que, por certo, não houve intenção dos músicos militares de afrontar o jubileu da Diocese de Bauru e nem os católicos. Tal irreverência, segundo a testemunha, deveria ser creditada ao bom humor que prevalece em corporações musicais e também ao "sentimento popular", que nessas horas passaria por cima de dogmas ou pruridos de integridade ou pureza.
Para contextualizar a situação vexatória, a cidade de Bauru, por muitos anos, teve uma zona de meretrício conhecida como "Casa da Eni", que atraía muitos clientes, tanto de dentro como de fora da cidade, e constituía uma importante fonte de receita para a localidade.
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O fiasco que tem sido as comemorações do jubileu de 60 anos da Diocese de Bauru é indicativo dos males da modernidade, tais como o secularismo, o erotismo, a perda do senso do pecado, a perda do senso do sagrado, o relativismo moral e religioso, a descrença no diabo e no inferno, a falta de preocupação com a salvação eterna, dentre os principais.
Fora dos oásis reverdescentes do bom catolicismo (associados ou não à Missa Tridentina), a situação de paróquias e dioceses Ocidente afora não é muito diferente do que acontece em Bauru.
Ainda que as pessoas tenham sua parcela de culpa (Igreja Docente e Igreja Discente), fica claro, mais uma vez, que o principal inimigo é invisível aos olhos.
"Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal espalhadas nos ares." (Ef. 6,12)
Mais de um bom padre tem apontado que não há santos, hoje em dia, entre os membros do clero e nem entre os fieis, o que agrava o problema. A maioria se encontra cooptada pelo espírito do tempo, e numa ânsia cega de paz e concórdia que prescinda da Verdade e da Tradição, querem se manter em diálogo com o pecado, os demônios e as engenhosas e multiformes artimanhas do mal encantoadas nas instituições civis e laicas. Isso é simplesmente insanidade e falta de autêntico senso católico.
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Uma solução eficaz e acessível para o problema vivido pela Diocese de Bauru é vincular o seu aniversário, efeméride ou não, à romaria ao Santuário Nacional de Aparecida. Não que não seja boa ideia a apresentação da Banda Sinfônica da Polícia Militar, é um evento de qualidade; entretanto, tendo em vista a crise vigente, é preciso recorrer de cara ao que é mais garantido. Nossa Senhora é a resposta.
Mobilizar as paróquias e capelas a fretarem ônibus e levar o máximo possível à Aparecida do Norte é o remédio para vencer a heterodoxia, a tibieza e a dispersão dos maus católicos de hoje.
Que os membros do clero possam abrir mão de suas utopias revolucionárias e leituras desviantes e coloquem em primeiro plano a Tradição católica. Os maus eclesiásticos temem e boicotam a Virgem Maria, os demônios temem a Virgem Maria, os protestantes temem e desprezam a Virgem Maria, os esquerdistas temem a Virgem Maria, os pornográficos temem a Virgem Maria, os que estão acomodados em geral no pecado, na heresia e no paganismo temem a Virgem Maria.
Para vencer as resistências e "dar a volta" nos espertalhões, Maria Santíssima neles! Ela é poderosíssima para infundir confiança e paz em quem não as tem, ou perdeu. Ela é a especialista em recuperar os irrecuperáveis, em juntar no redil o que se desviou, em tornar salutar o que é infrutífero e em tornar santas as pessoas menos tendentes a isso. Ela transforma os arremedos de homens em homens de verdade e as mulheres tronchas em mulheres de verdade. A Mãe de Deus consegue tudo com sua intercessão e méritos incomparáveis.
Que Nossa Senhora possa transformar a fé humanista, naturalista, enferma, de tantos batizados em fé sobrenatural, quentíssima, tradicional e vitoriosa de quem adquiriu intimidade com Nosso Senhor Jesus Cristo.