O domínio de nós mesmos...

Dizem que há uma lenda Chinesa em que um sapo, após ser convencido por um escorpião, ajudou-lhe numa travessia em um rio, mas que ao chegar bem no meio, em que as águas são mais velozes, o escorpião não suportou o desejo perverso de dar uma picada nas costas do sapo. Há, também, quem diga que esse seria o destino do escorpião, é dizer: dar picadas quando sente-se amedrontado. Para tudo é plausível uma defesa, no entanto, há de se ter em mente, sempre, a sagrada balança do bom senso.

Até certo ponto, vá lá que o escorpião tivesse medo de água, mas trair a confiança e abnegação do sapo é demais! E quantos escorpiões, quando se vêem em apuros por aí tentam e, não obstante, conseguem soltar boas ferroadas em verdadeiros sapos que ainda insistem em persistirem no caminho do altruísmo?

Pois bem, embora acreditando que sempre o bem vença o mal, como nas histórias românticas dos três mosqueteiros, deliciosamente, às vezes ponho-me em xeque ante determinadas circunstâncias. Prefiro ressaltar alguns brocardos tão benditos por meu grande herói que não sabia lidar com espadas, mas entendia muito a alma humana, meu pai. Sempre dizia: "caldo de galinha e precaução, não fazem mal a ninguém!" E quantos momentos já deliciei, satisfatoriamente, de um belo caldo de galinha...

Entendo que, algumas vezes, torna-se chato e incoveniente dizermos um não! Mas é justamente este "não" que pode nos livrar de forma mágica e indizível de ferroadas traiçoeiras.

Ao artista não cabe agradar a todos que estão na platéia, mas fazer sua parte bem feita. Cabe ao espectador dócil e prendado de bom senso o entendimento de que seu aplauso é o troféu maior do espetáculo. O mesmo raciocínio entendo ser viável a quem não sabe receber um não, ou seja, simplesmente, repeitar e respeitar.

O dizer não em um momento oportuno talvéz seja o início de uma aprendizagem de quem esteja dominando a si próprio.

Clovis RF
Enviado por Clovis RF em 08/01/2008
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