SANIDADE MENTAL
Nada parece mais urgente hoje do que manter a sanidade mental, manter a mente saudável em tempos tão desafiadores, tão sombrios.
Não está fácil, não está fácil. Todo dia somos bombardeados com a coisa mais incômoda que existe: a verdade! E a verdade hoje dói, nos coloca em luto, nos deixa de joelhos, nos faz beijar a lona.
Já nem é sobre a quantidade absurda de pessoas morrendo no Brasil e no mundo. Nem é sobre as estatísticas terríveis da nossa cidade. É saber que pessoas da nossa família estão morrendo, amigos estão morrendo, pessoas que admiramos estão morrendo. Nomes, sobrenomes, histórias, biografias.
São lares desfeitos, destroçados, em ruínas. Choro e ranger de dentes. E isso nem está tendo intervalo mais: é todo dia praticamente. A gente olha os grupos de Whatsapp, olha o Facebook e está lá, tanta de luto, tanta gente sofrendo a expectativa de ser o próximo.
A gente também. A gente não sabe quando isso vai bater à nossa porta. Estamos à deriva. Estamos pisando um campo minado, não há qualquer garantia. Parece mais questão de tempo. Essa é a sensação.
E nisso tudo, nossa mente, nosso psicológico fica em frangalhos. Não há fórmula mágica para se livrar disso, infelizmente. O que podemos tentar é buscar forças onde a gente acha que existe: em Deus, nos amigos, nos livros, nos filmes, na música. É preciso tentar deixar a mente respirar um pouco.
E viver cada dia sem sofrer muito com o amanhã. É tempo de provação extrema. É tempo de vacas magras, tempo de aprendizado. É tempo de travessia. Gosto de pensar que seja assim. Porque de qualquer outra maneira seria trágico demais. E talvez a nossa mente não conseguiria nos guiar para algum tipo de paz, da paz que precisamos para seguir vivos e acreditando no amanhã.