NÃO POSSO TER MEDO DE AMAR
Não é porque eu sofri, porque fui esquecida num canto qualquer, feito trapo roto e gasto, que terei medo de novamente amar.
Não é porque fui usada e abandonada, desiludida e infeliz, que me fecharei para o amor.
Quero voltar a amar e ser amada.
Sentir novamente o calor gostoso me aquecendo o coração. E não ter que pensar em nada, esquecer de vez toda a razão.
Quero o amor vadio, vagabundo, “sem lenço nem documento”, daqueles que chegam arrebatando e causando frisson.
Quero um amor pra noite toda... Nem precisa ser por todas as noites. Quero amar o hoje e que se dane o amanhã.
Quero um amor com cheiro de chuva na terra, com gosto de jambo maduro, que me faça salivar.
Quero um amor ‘doido-varrido’, batata-frita e coca-cola, puro rock and roll e tesão, não quero mais saber de namoro de portão.
Quero um amor que chegue e que passe, que não enraíze, que não de tempo de sentir falta.
Quero do amor apenas o Verão.