AZAR NO JOGO, SORTE NO AMOR

Evaldo da Veiga


João do Azar era uma cara legal, papo maneiro,
procurava andar na linha...
Apesar das qualidades, a vida vinha sempre na contramão 
e - pumba!-, bordoada no João. Ele tirava de letra e dizia: -
isso não é nada, pior e não fazer amor!
Era a conformação em pessoa.
Uma bela tarde, o pessoal eufórico com a vitória do Mengão...
Todo mundo enchendo a cara e o João pede uma coca-cola.
Abraços, empurra/empura, a coca-cola se agita, aumenta o gás 
e pluft: o liquido jorrado na cara do delegado. 
Como é que pode um Delegado chegar ali,
naquele momento de comemoração? 
Mas chegou, era a sina do João.
Deu ordem de prisão e até que ficasse bem esclarecido
que o João era honesto e ordeiro, dez horas de prisão
Uma semana após, João vem no seu velho Jipe que perde o freio
e o que acontece? Quase atropela o Delegado, que supondo
uma vingança prende o João, ameaça espancar e foi aquela confusão...
Mas João era um cara feliz, apesar dos pesares.
O amor dava-lhe ânimo para viver alegre: 
amava amar, amava fazer amor, amava a vida,
os bichinhos e a natureza de forma integral
- reclamar de que? - Perguntava ele.
É isso ao invés de edificar uma Igreja melhor é semear, cultivar
e distribuir reflexões; o mundo precisa pensar, sopesar fatos,
distinguir verdadeiro valor...
Menor despesa em construções... o que pode acontecer
em qualquer espaço não precisa de Templos. Sem despesas
e sem cobranças o mundo funcionar melhor,
pensava o João e acrescentava:
- um dos princípios consagrados pelo Mestre: -
amai-vos uns aos outros – sem cobrança, sem falsas promessas
e é pecado gravíssimo vender um espaço no céu.

Moral da história: pra que alongar a história? 
Em pensando encontra-se solução.

Ps. O amor é uma linda troca sem cobranças:
ame viva e deixe viver
.

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