FOME

Estou com fome.

Ausência de alimento?

Não! Ausência de verdades que não são ditas.

Almejo degustar a sinceridade, não expressa.

Desejo dietas com sabor de autenticidades.

Gotas de amor para saciar minha sede de raiva mal resolvida.

Sim, minha boa está amarga pela dor da amargura que me foi colocada.

Este gosto que me tira o doce prazer da vida.

Tenho fome.

Fome de compaixão, de amor, de gentileza.

Falta-me a sensação de saciedade só em ver, pensar, imaginar.

Onde está o que me foi oferecido e que não foi trazido.

Sem este amor, morrerei.

Secarei aos poucos pela fome do alimento minguado e não prazeroso.

Sim, resta-me a lembrança dos momentos de fartura, de delícias, de gozo, de felicidade.

Traga-me uma colher de chá.

Pinga-me em gotas, este néctar.

Deixe-me ao menos, alimentar minha imaginação de ter você, somente em poucos momentos dentro de mim.

Ah amor meu. Meu tudo amor.

Todo e louco amor.

Sacia a minha fome de ti.

Tenho fome de amor.