(Imagem tirada do Google)


A BANALIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA:
     - 
O SANGUE QUE JORRA DAS NOTÍCIAS 


 
No dia 3 de julho de 2014, eu e meus familiares fomos tomados de sobressalto com a terrível notícia de um assassinato em que foi vitimado o meu jovem primo, Jeferson de Jesus, um belo rapaz de apenas 36 anos, uma vida subtraída de forma brutal, injustificada e repentina. Sua alegria foi ceifada quando indefeso saiu de casa para ir trabalhar.

Ele foi mais uma de tantas vítimas da violência que assola  em quase todos os lugares. Essa brutalidade rotineira que, para muitos, assume ares de normalidade. Quanto a mim, eu espero jamais ver dessa maneira. Sempre me horrorizo com tragédias bestiais e me escandalizo com desmandos e corrupções. Ouço as pessoas dizerem que se espremerem os jornais impressos até poderão ver pingar sangue. Que coisa horrível! Queria, sinceramente, ouvir o oposto disso.

No primeiro dia deste ano de 2018, quando só deveríamos ouvir assuntos sobre a paz e festejos harmônicos, como a alegria e o colorido dos fogos de vistas, o que vimos e ouvimos foi sobre desgraças, pois, mal raiou o dia, foi noticiado mais um tiroteio na Rocinha, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro, e um ataque à Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Jacarezinho, zona norte, quando um policial foi baleado, ao assumir o serviço na Rua Esperança, (o nome da rua até soa paradoxal) onde ele e outros foram atacados a tiros por criminosos, segundo relato oriundo do comando da UPP.

Outra notícia que me tirou a paz por tão chocante e até mesmo buizarra a da turista espanhola Maria Esperanza Ruiz Jimenez, de 67 anos, morreu após ser baleada na Favela da Rocinha, em uma segunda-feira que para a mesma deveria ser só de belezas pois estava 'turistando', e em mais uma manhã de tiroteios na comunidade. Por meio de nota, a Polícia Militar informou que o carro no qual ela estava furou um bloqueio feito pelos policiais e, por isso, os PMs fizeram disparos contra o veículo. Em depoimento, o motorista, um italiano e vive há quatro anos no Brasil, negou ter recebido qualquer ordem para parar e que tenha furado a blitz. Ele disse que não notou a barreira policial ou qualquer tiroteio. A PM informou que só constatou se tratar de uma turista após abordar o carro. Segundo testemunhas, nove tiros foram ouvidos.

Na noite de 27 de janeiro de 2018, um sábado de pré-Carnaval, o garçom Samuel Ferreira Coelho trabalhava no Bar do Pinto, no bairro carioca da Tijuca, quando teve a vida de 24 anos interrompida por tiro de fuzil que atingiu o peito do rapaz por conta de confronto entre policiais e bandidos. O cantor, compositor e músico carioca tinha passado minutos antes pelo local da tragédia, vindo do bloco Não muda nem sai de cima.

No intervalo de três dias de fevereiro, duas crianças morreram e outras três ficaram feridas vítimas de disparos de armas de fogo. Jeremias jogava bola após voltar da escola no Complexo da Maré, no dia 6, quando foi baleado por um tiro disparado durante confronto entre policiais e traficantes. No mesmo dia, Emily Sofia, de 3 anos, morta a tiro em uma tentativa de assalto em Anchieta, na Zona Norte. 

Dois dias depois, o menino João Pedro Soares da Costa, de 4 anos, foi morto por um tiro nas costas. Ele ia à igreja com o pai, a mãe e os dois irmãos, de 1 e 7 anos no bairro Rio D'Ouro, em São Gonçalo, quando um carro preto entrou na via com os vidros fechados e a luz interna apagada. Bandidos que estavam na rua dispararam contra o carro e feriram o menino.

No Morro da Covanca, na região da Praça Seca que vive uma guerra entre tráfico e milicianos, Evelyn da Silva Coelho, de 15 anos, foi atingida por um tiro na cabeça durante o confronto entre as quadrilhas rivais, no último dia 9. Ela não resistiu e morreu dois dias depois. Outro menino, de 11 anos, também foi baleado dentro de casa em tiroteio na comunidade Bateau Moche, na mesma região. 

Apesar da morte de inocentes vítimas da violência no estado, a série de arrastões ocorridos durante o Carnaval foi o estopim para a intervenção federal. Entre foliões e moradores, turistas estrangeiros também foram alvos e chegaram a ser agredidos pelos criminosos. Um supermercado no Leblon foi saqueado. Cenas de violência foram filmadas e compartilhadas em redes sociais, intensificando a sensação de insegurança.


A PM chegou a mudar a distribuição do efetivo após os crimes. Dias depois, na quarta-feira de cinzas, o governador do do Rio, Luiz Fernando Pezão, admitiu que houve falha no planejamento de segurança para o carnaval. "Não estávamos preparados. Houve uma falha nos dois primeiros dias e depois a gente reforçou aquele policiamento. Mas eu acho que houve um erro nosso", disse na ocasião.  
                         (https://odia.ig.com.br/rio-de-Janeiro)


Madalena de Jesus.
Maria Madalena de Jesus Gomes
Enviado por Maria Madalena de Jesus Gomes em 20/02/2018
Código do texto: T6259529
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.