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O que não fala, grita.

As coisas nunca vão lembrar de você. Só que você deve sempre cuidar das coisas. Imagine aquele dia em que você resolve esquecer todo o blá-blá-blá do mundo, desligar o telefone e silenciar. Só lhe restaria uma coisa: conviver com as coisas. Seria uma tarefa árdua?

Se tiramos férias do trabalho, dar-se férias das pessoas, às vezes, faz bem. Isso faz com que você preste mais atenção naquelas coisas que lhe são indispensáveis no seu cotidiano. Assim você ouvirá o rangido da porta por onde você sempre passa apressado(a) e não nota. Perceberá que o motor do carro já soa diferente, que a torneira da pia começou a assobiar, que a geladeira não tem mais o silêncio de ontem, que as dobradiças dos seus armários e as fechaduras da sua casa estão fazendo uma algazarra tremenda.

Esse tipo de barulho pode lhe deixar chateado(a). Ai você resolve dar um rolê nas redes sociais, ou escrever uma crônica, ou um poema bem romântico, só para espairecer...  Mas quando você liga o computador, ele, o FDT(FILHO DA TECNOLOGIA), parece estar cansado de você. Em vez de acender a luzinha azul, acende a vermelha (“será que se deu férias?”). E lhe recepciona com um zumbido ENSURDECEDOR. Grita mais alto do que criança mimada. E aí? Você vai ou não vai reservar um tempinho para as coisas?
O que não fala, grita.


Imagem: Internet - da Can Stock Photo.