O Canto dos Pássaros

Há muito venho apreciando o canto dos pássaros.

Lindo, melódico, reconfortante, som de vida, diferente uns dos outros, apenas cantam.

Cantam pela liberdade, pela adaptação, para atrair um companheiro, pela natureza, pelo criador ou apenas por cantar.

Para eles não interessa se os dias são ensolarados ou nublados. Eles insistem em cantar geralmente ao amanhecer saudando um novo dia que está por vir.

Imaginem se o canto majestoso do sabia fosse julgado por outros pássaros? Ou que o mais simples dos trinados, não me lembro de nenhum agora, pois para mim são todos majestosos e lindos fosse desprezado?

Não! Os pássaros dão um exemplo de entendimento, pois nenhum é julgado. Cantam sozinhos ou em harmonia de sons.

Um exemplo é o canto do uirapuru que faz com que todos os outros pássaros parem de cantar para ouvi-lo.

Trabalho num lugar onde posso ouvir diariamente esse concerto divino e inspirador.

Hoje pude além de escutá-los, apreciar bem de perto um deles.

Cantava maviosamente parecendo celebrar a vida, que delícia de liberdade onde o único inimigo é o homem que muitas vezes os aprisionam e matam.

Que bom seria se nós também fossemos assim. Que cada um pudesse expressar sua liberdade, suas crenças, suas alegrias e tristezas, seu canto sem ser julgado pelos outros. Sem violência e sem discórdia, pois qual é a vantagem disso?

Que bom seria se fossemos mais tolerantes, aceitando e até suportando opiniões divergentes das nossas.

A tolerância faz com que vejamos com sabedoria algo que não queremos, não concordamos e que nunca poderemos impedir: que cada um tenha a sua opinião, suas escolhas, seu conhecimento e vivência, sua beleza e possa expressá-la naturalmente sem ser julgado.

Obrigada meu Deus pela tua grandeza, pelo seu amor e por fazer todos iguais nas diferenças, afinal somos todos mortais.