HÁ UM PROFETA IV
Eis o começo, do ter dado fim,
Ao que em verdade, não o teve...
Sabe pois, só Deus, como não é, fardo este, leve.
E como me sinto, enfim...
Comecei, por repugnância, de mim ter,
Por doença de Parkinson, vir a meu ser.
Minha destra, começou a tremer...
E meu corpo, os movimentos, a perder
Mas eis, como não bastasse eu nojo, de mim ter,
Se não, os santos, este sentimento, também, virem a obter.
E me mandaram para o Egipto, como fizeram, ao filho, Jacó.
Eis que vivo, porque espero em Deus só!...
Estando aqui, até que morra,
Sempre sentir vou...
Que de Deus sou!...
E espero, qu'ele me socorra!
E grito e clamo, clamo!
Matai-me, matai-me!
Mas certamente, o Deus que amo,
Por mim, ainda vos diz: Adorai-me, adorai-me!
E sinto ainda enfim!
Neste ser aqui,
Dizer a ti...
Que há um profeta dentro de mim!!!...
HELDER DUARTE