LIVROS PREFERIDOS- BRINCADEIRA
Estou atendendo ao um convite do amigo Maurélio Machado.Que bom que o amigo Maurélio lembrou de mim e eu aceitei prontamente o convite, pois, como não aceitar um convite de uma pessoa tão especial como ele?
Gostaria de dizer que amo ler e o livro para mim é algo especial. Um lugar onde a gente se encontra, viaja, diverte, chora, ri, aprende... e muito mais... Só não tenho tido muito tempo para ler e há uma lista de livros à espera...
Adorei todos os livros que li. Desde os clássicos até os mais modernos. Tentei fazer uma lista, inclusive com trechos que me marcaram. Eu sempre faço isso, guardo trechos marcantes dos livros que leio e às vezes faço também uma resenha.
Eis a lista, que segue com a Bíblia em primeiro lugar. Os demais não seguem uma sequência da importância que representaram para mim. Fui lembrando... Eu indicaria a Bíblia certamente,pois ela nos ensina o verdadeiro caminho da vida.
1- BÍBLIA
Esse é o primeiro livro da lista e o mais importante de todos porque nos ensina o caminho da vida, nos ensina a viver, nos faz conhecer Deus... O autor é o próprio Deus que inspirou, segundo a história, 40 homens de diversas profissões a escrevê-la, entre eles, profetas, apóstolos...
Depois de ler o Novo Testamento, comecei agora o Antigo Testamento e estou adorando as histórias que na verdade são prelúdios da salvação que se concretiza em Jesus Cristo.
Um trecho que decorei e que rezo todos os dias quando saio para o trabalho é o salmo de Davi 22/23 :
“O Senhor é meu pastor, nada me faltará./ Em verdes prados ele me faz repousar. Conduz-me junto às águas refrescantes,/ restaura as forças de minha alma. Pelos caminhos retos ele me leva, por amor do seu nome./ Ainda que eu atravesse o vale escuro, nada temerei, pois estais comigo. Vosso bordão e vosso báculo são o meu amparo.”
02- O VENDEDOR DE SONHOS
Autor: Augusto Cury
Este livro eu adorei. Acho meio maçante esses livros com ares de auto-ajuda. Não necessariamente pelo “maçante”, mas pelo fato de que começo a refletir e achar que sou uma pessoa totalmente errada e que preciso mudar urgentemente e isso me estressa. Resultado, o livro acaba por, às vezes, não ajudar em nada. Mas confesso que esse me ajudou a compreender muitas coisas e até consegui, em vista disso, ler outros depois, inclusive desse autor que admiro demais. Quanto a esse livro em questão, ele nos revela a história de um homem que tenta vender sonhos às pessoas da sociedade moderna, que no estresse da vida, na correria e na falta de tempo se esquecem das coisas mais simples e das pessoas que mais amam. Partindo da própria experiência e história de vida tenta reverter o caos da sociedade moderna que, para o mesmo, nada mais é que um hospício. Com sua eloqüência tenta convencer e arrebatar as pessoas dessa suposta rotina deficiente da sociedade globalizada instigando-as a uma vida melhor e mais digna livres de preconceito, do egoísmo e muitos outros fatores influenciadores que tiram a paz do mundo. Acho que foi essa a maior lição desse livro para aqueles que se sentem presos e escravizados pelo sistema da sociedade.
E dos vários trechos que adorei e que servirão em minhas reflexões cito:
“Não é a dor que nos muda, como há milhares de anos pensamos, mas a utilização inteligente dessa dor que fazemos ao longo da vida.”
“Tema seus próprios pensamentos, pois somente eles podem penetrar em sua essência e destruí-la.”
“O que vocês estão fazendo com seus filhos? Levem-nos para os bosques! Tirem seus sapatos, deixem-nos andar descalços na terra! Levem-nos para subir nas árvores, estimulem-nos a inventar suas brincadeiras. A espécie humana se fechou numa redoma artificial de egoísmo e consumismo. Deixem-na envolver-se com outras espécies, com outros comportamentos[...] Não só de shoppings viverão as crianças, mas de todas as aventuras da infância.”
03- ANJOS E DEMÔNIOS
Autor: DanBrown
Dos livros desse autor, falta apenas “Inferno”. Gente, é muita, muita, adrenalina. Adoro esse tipo de trama. Escolhi aqui “Anjos e Demônios” pelo fato de que esse livro revela as duas faces que o ser humano tem e a questão da guerra entre ciência e religião. Nessa obra em questão o autor trata de questões sobre fé, como por exemplo, a existência de Deus. Antes de negar a existência de Deus, a trama busca reforçar essa existência através de uma reconciliação entre o científico e o espiritual. Dentre os trechos que gostei cito este:
““ Religião é como um traje ou uma língua. Gravitamos em torno das práticas com as quais fomos criados. No final, porém, todos proclamamos a mesma coisa. Que a vida tem um sentido. Que somos gratos ao poder que nos criou.”
04- O CAÇADOR DE PIPAS
Autor: Khaled Hosseini
Esse livro em questão me emocionou como sempre me emociona as histórias do Afeganistão. Nessa trama a gente percebe bem presente, questões como amizade, preconceito, covardia, além dos horrores do talibã. Das leituras tirei os trechos:
“É isso que acontece quando a gente empina pipas: nossa cabeça sai voando junto com elas.”
“Não há nada de errado com a covardia, contanto que ela esteja aliada à prudência”
“ não é verdade o que dizem a respeito do passado, essa história de que podemos enterrá-lo. Porque, de um jeito ou de outro, ele sempre consegue escapar”...
Esse último trecho, inclusive usei em meu memorial de curso no curso de Pedagogia, principalmente pelo fato de ter aprendido através das memórias, das tantas que desenterramso ao longo do curso, compreender o passado e o presente da educação em nosso País.
05- COMER, REZAR, AMAR
Autora: Elizabeth Gilbert
Nesse livro a autora revela a própria história de busca de si mesma. E gostei muito pelo fato de evidenciar questões importantes não só para mulheres, mas para todos, como é a questão da busca espiritual e o equilíbrio do espiritual com o mundano. . Infelizmente nem todos tem a sorte de rodar o mundo e ir encontrar o eu perdido ou Deus na Itália, na Índia ou na Indonésia. De qualquer forma, é preciso ter em conta que, tanto o eu quanto Deus estão dentro de nós e, consequentemente, a paz. Como a própria autora admite: Deus e a paz estão dentro do nosso coração e é para lá que, de fato precisamos viajar, é o silêncio do coração que devemos buscar.
Entre tantos trechos maravilhosos desse livro que guardei, cito esses:
“Deus não mora em uma escritura dogmática, nem em um trono distante no céu, mas[...] muito mais perto do que podemos imaginar, respirando através dos nossos próprios corações”
“Se a fé fosse racional, não seria - por definição - fé. A fé é a crença naquilo que não se pode ver, provar ou tocar. Fé é mergulhar de cabeça e em velocidade total rumo à escuridão. Se de fato conhecêssemos previamente as respostas sobre o sentido da vida, a natureza de Deus e o destino de nossas almas, nossa crença não seria um salto de fé e não seria um corajoso ato de humanidade; seria apenas uma prudente apólice de seguros.”
06- A CIDADE DO SOL
Autor: khaled Hosseini
Gostei muito desse livro, apesar de ter despertado em mim um pouco de revolta, pois, a narrativa revela a realidade das mulheres afegãs que vivem a opressão e a submissão destinada às mesmas no Afeganistão. De uma forma geral o romance fala dos sentimentos dessas mulheres e porque não dizer de todas as mulheres que de uma forma ou de outra são vítimas da suposta superioridade masculina. Apesar da revolta não há como negar que a trama, trás, sobretudo lições, como o companheirismo e a certeza de que apesar das diferenças somos iguais quando se trata de sentimentos.
Dos trechos guardados cito:
“E, para sua surpresa, percebeu que a burqa também era tranquilizadora. Era como aquelas janelas espelhadas de um dos lados. Ali dentro era apenas uma observadora, protegida dos olhos inquiridores dos estranhos que não podiam vê-la.”
07- O DIÁRIO DE ANNE FRANK
Autora: Anne Frank
Amei esse livro, porque foi através dele que conheci a verdadeira face do Nazismo e depois quando o li por indicação de uma tutora do curso de Pedagogia, na disciplina de Monografia, ele foi essencial para eu entrar de cabeça na minha questão investigativa, pelo fato de que aprendi com Anne que eu deveria olhar-me como os outros me olhariam. Inclusive, citei em meu Memorial de Curso algumas de suas falas e depois também no discurso de colação de grau. Em suma, Anne, foi um exemplo de ser humano e que conseguiu dia após dia na sua clausura revelar a face real e aterrorizante da Alemanha nazista e sua perseguição aos judeus durante a Segunda Guerra Mundial. Em seu diário Anne Frank conseguiu registrar toda a realidade tenebrosa da guerra, sendo o mesmo um documento incomparável que revela uma realidade vivida por muitos judeus.
Dos trechos que guardei cito estes:
“É realmente inexplicável que eu não tenha deixado de lado todos os meus ideais, porque eles parecem tão absurdos e impossíveis de se concretizarem. Mesmo assim eu os conservo, porque ainda acredito que as pessoas são boas de coração. Simplesmente não posso edificar minhas esperanças sobre alicerces de confusão, miséria e morte. Vejo o mundo gradativamente se tornando uma selvageria. Escuto o trovão se aproximando, cada vez mais, o que nos destruirá também; posso sentir o sofrimento de milhões e ainda assim, penso que tudo irá se corrigir, que esta crueldade também terminará. Enquanto isso, preciso adiar meus ideais para quando chegarem os tempos em que talvez eu seja capaz de alcançá-los." (15 de julho de 1944)
“... por vezes olho para mim como se fosse outra pessoa a olhar-me. Estou contemplando esta Anne com serenidade e calma e folheio o livro da minha vida como se fosse pessoa estranha.”
08- A CABANA
Autor: William Young
Gente, esse livro é maravilhoso, pois nos trás grandes ensinamentos. Ele nos faz pensar literalmente em nosso próprio relacionamento com Deus. Acreditamos nele e, ao mesmo tempo tememos ir ao seu encontro, pois ele se revela de formas estranhas, nos momentos mais difíceis e nos lugares mais imprevisíveis. Temos uma imagem construída de Deus e às vezes relutamos em aceitar que ele nos apareça de diversas formas como uma mulher negra e ou senhor asiático.
Provavelmente muitos julgaram a trindade apresentada no livro como um absurdo. Mas porque não? Ela pode ser suprema e divina e ao mesmo tempo ser comum e, ao tornar-se comum, nos aproxima mais do ser Deus. E isso é muito bonito de se refletir e acreditar. De fato é preciso acreditar que Deus não quer se apresentar para nós como um Senhor absoluto, que possui o poder supremo, mas um ser que se iguala a nós para ser percebido. Nesse nivelamento pode se tornar qualquer um, mais simples ou não e até se limitar no seu poder para estar perto de nós em nossos momentos mais difíceis. Mas a intenção do autor, a meu ver, era uma só: mostrar que Deus existe e se revela em todas as pessoas e em todo lugar, portanto, está sempre presente. Nós é que não o enxergamos.
O mais interessante foi perceber que nos sentimos tolos em acreditar que Deus está em todos e em todo lugar e que pode tanto gostar de “funk” ou uma canção gregoriana. Foi importante perceber isso. Mas isso não quer dizer que o livro moldou Deus ao que pretendemos que ele seja para nós, às nossas necessidades mundanas, mas apenas mostrar que não há necessidade de acreditar nele como um ser em um trono e talvez por isso inatingível, mas em um ser que pode ser tocado, que ouve os corações de qualquer um e isso é possível se o sentirmos como um ser comum, sem, no entanto, deixar sua divindade.
O livro nos faz pensar em nossas próprias atitudes com relação a Deus e os outros, nossos julgamentos, o amor, o relacionamento, o poder, a independência, a realidade, a hierarquia. Enfim ele nos mostra um novo paradigma frente a tudo isso, todos esses conceitos que julgamos corretos e que, na verdade, não são nada mais que formas de protegermos contra o medo, ilusões de um futuro que almejamos sempre, mas que não é real e, por não ser real nos fazem inseguros, mas preferimos nos apoiar em nós mesmos do que em Deus.
Além disso, em nossos julgamentos contra Deus, nos estereótipos que criamos tendemos a ver uma imagem capaz de castigar, de ser cruel com seus filhos quando na verdade, o livro nos leva a crer que Deus respeita nossas escolhas e tenta construir sobre elas aquilo que deseja para nós em termos de amor e felicidade. Ele não nos julga mesmo quando nos viramos contra ele. Ele não nos dá o céu ou o inferno. Nós sim nos julgamos a nós mesmos e selamos o veredicto de nossos destinos.
Portanto o Livro “A cabana” é um livro para ser lido e refletido.
E dos inúmeros trechos que guardei cito:
“Há ocasiões em que optamos por acreditar em algo que normalmente seria considerado absolutamente irracional. Isso não significa que seja mesmo irracional, mas certamente não é racional. Talvez exista a supra-racionalidade: a razão além das definições normais dos fatos ou da lógica baseada em dados. Algo que só faz sentido se você puder ver uma imagem maior da realidade. Talvez seja aí que a fé se encaixe.”
Esse trecho é marcante para mim e o usei em minha Monografia, na página onde fiz os agradecimentos, e foi justamente quando agradeci a Deus por tudo que acabava de construir em setenta páginas daquilo que acreditava ser a supra-racionalidade dos fatos investigados por mim em meu trabalho. Acho que coube como uma luva, principalmente pelo fato de que acredito firmemente que haja uma razão acima das definições normais de tudo que existe.
09- NEVE
Autor: Orhan Pamuk
Esse livro do importante romancista turco trás a história de ka jornalista e poeta turco exilado político na Alemanha que depois de doze anos volta à Turquia, precisamente a Istambul para o enterro da mãe decidindo voltar também à sua cidade natal de Kars com o pretexto de escrever uma matéria sobre as eleições municipais para um jornal popular da Alemanha e após a sua chegada insvestigar também investigar os estranhos suicídios entre as jovens da cidade que chamaram sua tenção.
Essa viagem para uma cidade de Kars quase encoberta pela neve se transforma em uma experiência onde assiste de perto o conflito político e religioso intenso e envolvente entre as facções islamitas radicais e os secularistas também reconhecidos como ateus, um conflito que se torna mais acirrado em razão da disputa pelas eleições e a proibição das moças de usarem seus mantos na escola principal da cidade, sendo essa última razão a causa de especulações com relação aos suicídios levando em conta o uso do manto ser uma marca forte da religião islamita.
Foi nessa cidade isolada do mundo pela neve que ka considerado ateu, desacreditado do amor e da felicidade voltou a acreditar em Deus e a escrever poemas inspirado nesse Ser Divino e no amor pela jovem Ipek que se torna cada vez maior. Ao final ele próprio se vê envolvido nos conflitos da cidade e talvez para sobreviver abraça a fé em meio ao fanatismo religioso e a violência.
De uma forma bem nítida "Neve" revela divisões, seja na política e religião pela presença de facções que buscam se modernizar ou continuar se apegando de forma fanática a tradições mulçumanas. Apesar disso e do palco em que a trama se vislumbra sente-se a presença do amor, da poesia, dos ideais, da neve... “Neve’, e esse nome seria então o poema principal de ka numa noite fatídica de um golpe militar que selaria, porque não dizer, o seu destino e que deixaria claro o que sentia da vida e de tudo o que presenciara e vivera naquela cidade
Na verdade o que mais me encantou nesse livro foi essa alma poética do personagem e por essa razão cito esse trecho do livro que me encantou e que acredito, tem algo de real. Eu que me meto a ser poeta, penso que é exatamente assim:
“A solidão é essencialmente uma questão de orgulho; você mergulha em seu próprio cheiro. É sempre assim com todos os verdadeiros poetas. Se alguém passa muito tempo se sentindo feliz, se torna banal. Da mesma forma, se você fica infeliz por muito tempo, perde sua capacidade poética... A felicidade e a poesia só podem coexistir por um prazo brevíssimo. Depois disso, ou a felicidade embota o poeta ou o poema é tão verdadeiro que destrói sua felicidade”.
10- OS MISTÉRIOS DO PAPA WOJTYLA
Autor: ALLEGRI, Renzo Allegri
Esse livro narra a história do nosso Papa João Paulo II, conhecido jornalista e escritor italiano. È na verdade uma biografia que revela, além da uma história fascinante, as intervenções que de maneira sobrenatural vão traçando o destino daquele que seria o nosso Papa durante muito tempo e que, cujo pontificado marcou a história da sua vida e a do mundo inteiro.
No livro que se abre qual um véu e mostra uma vida comum, vemos também uma história incomum, necessariamente profética de alguém predestinado que reconhece a ação de Deus em sua vida. O terceiro segredo de Fátima, quando ainda não havia vindo ao mundo é um desses reconhecimentos que mais tarde se torna real ao ver sua vida por um fio e mais uma vez resguardada quando a bala desferida pelo criminoso passeia em seu corpo já santo sem atingir os pontos fatais do mesmo.
Karol Wojtyla, antes de ser o Papa foi alguém que lutou pela vida em um período de guerras, de comunismo. Foi alguém que teve a vida resguardada por mãos supremas, segundo o autor.
O que se percebe na obra de Renzo Allegri é que a mesma se reveste de profecia e mistério e, ao mesmo tempo se enche de significado para se transformar em uma história desconcertante e que encanta o leitor.
“ O Espírito Santo pode agir obscurecendo as mentes, ao invés de iluminá-las.” Palavras do Padre Andrzej no livro.
“ O fato de ter havido ali uma ‘mão materna’ que desviou a bala mortífera demonstra uma vez mais que não existe um destino imutável, que a fé e a oração são forças capazes de influir na história e que, em última análise, a oração é mais forte que as balas, e a fé mais poderosa que os exércitos.” Palavras do Cardeal Ratzinger. ( comentário ref. ao mistério do atentado ao Papa.
Amigos, me empolguei, pois quando se trata de livros sinto uma magia diferente e então resolvi, além de enumerar alguns dos livros que li e adorei, falar algo sobre eles e o que marcaram em mim. Eu indicaria todos. Vale a pena. Espero que não os tenha feito ler demais. Mas acho que sempre é bom ler(rsrsrs). Valeu o convite do amigo Maurélio e aproveito para estender o convite a mais cinco amigos para participarem da brincadeira:
Regina Madeira, Jacó Filho, Jeane Diogo, Marcus Rios e Jorge de Oliveira.