VOLTA AO BATENTE

 

"Que ninguém se engane; só se consegue a simplicidade através de muito trabalho."(Clarice Lispector)

 

Estou voltando das férias!

Foram mais de 30 dias em que me dediquei à melhor opção do homem: não fazer nadinha de nada que fosse entediante ou repetitivo!

Foi muito bom e me trouxe uma calma que há muito não conhecia.

Produzi mais alguns textos, sem pressa, e juntei-os aos 10 ou 12 em estoque, como precaução para uma eventual e infausta entressafra.

Como fruto dos períodos de meditação monástica que pude vivenciar,cresceu, em minha mente e no meu coração, a certeza de que sempre será melhor conter a maré da atividade poética do que desmerecê-la com produtos de qualidade discutível, tanto no que produzimos, como quanto ao que comentamos.

Acredito que muitos possam, sem perda da qualidade, manter seu poder de criação a todo o vapor, mas eu, seguramente, não tenho essa felicidade.

Sempre folgo em dizer que, sem falsa modéstia, sou um estivador das letras; preciso trabalhar muito para conseguir algo que, em primeiro lugar, me agrade... e eu sou um terrível autocrítico!

Afastei-me do Recanto; não li nada, nada publiquei, muito embora isso me causasse algo como um sofrido adeus. Mas, no momento, era a decisão mais correta...e eu a tomei!

Tive como companheiras (além da Lee, é claro), uma bela taça de vinho branco gelado e a boa música, aquela que emoldura as nossas horas, que enche de melodia ouvidos e coração, que pode ser canto gregoriano, mantra, uma fuga de Bach ou singela cantiga de roda, que, simplesmente, sem alarde, elevam a nossa alma e trazem-nos a bendita paz.

Retorno, agora, à atividade literária, mas trago comigo uma linha nova de conduta; vou continuar publicando um texto por semana e, da mesma forma, comentarei o trabalho de dois colegas a cada 7 dias, obedecendo a ordem alfabética de seu nome.

Com tal procedimento, preservarei minha higidez mental e terei como fazer análise bem mais profunda do trabalho dos amigos e amigas, mantendo meus comentários à altura do valor de cada um, porque todos merecem essa atenção.

Estou de novo no páreo! Mas, se o cavalo mancar, paro de novo.

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