E se não houvesse Facebook?
E se não houvesse Facebook?
A quem dizer e como dizer como está se sentindo?
Um telefonema? Uma passada na casa daquele amigo, daquela amiga ou mesmo uma visita no quarto do filho de vez em quando. Pessoalmente!
Um abraço, ao invés de uma cutucada mal explicada; um gesto afirmativo e sincero com o próprio polegar, ao invés de um "curtir" virtual; um comentário olho no olho e com o direito de conferir as reações.
Palco de comédias e tragédias, verdades e virtualidades sem fim.
Alimento para o ego, até dos que dizem não tê-lo, plateia garantida, usuários ativos e atentos, prontos a interagir sem muito esforço, afinal, o que é um clique de um mouse ou uma rolagem à caça de posts interessantes? (ou não), um comentário sincero? (ou não).
Nele, todos podem ser poetas, artistas, atletas, professores, culinaristas, advogados, conselheiros, autoridades;
bonitos, inteligentes, críticos, engraçados, excêntricos, perfeitos.
Talvez por isso seja tão difícil ficar um dia sem pisar nesse palco de tantas possibilidades; sem olhar essa vitrine do bem e do mal.
Ele também pode ser um excelente aferidor de caráter, um canal de bênçãos, mas também pode ser uma fonte de maldades, de manipulação, de dependência.
No afã de se dizer o que se pensa, a palavra impensada, a exposição.
Ideias expostas, vidas expostas.
Comporta desabafos, declarações, denúncias, alertas. Conforto, carinho, solidariedade.
Voz, ouvido e olhos de todos.
Fonte de informação, veículo social e democrático, se bem usado.
Uma vitrine aberta para o mundo, que não é vista apenas por quem passa à sua frente, mas pode ser compartilhada, multiplicada e fuçada até mesmo por quem não foi convidado a vê-la.
Já uniu pessoas; já separou pessoas; já mobilizou pessoas.
E se não houvesse Facebook?
Para muitos, a solidão; para outros, o anonimato; para todos, a vida real.
E como aqui existe liberdade para expressar ideias, pensamentos, devaneios e até vaidades, senti-me livre para escrever estas tantas palavras, ainda que esteja apenas sendo mais um se sentindo de alguma maneira, alguma coisa no Facebook, porque feliz ou infelizmente, ele existe.