A Rocha e os pombos de rapina

“Porque a sua rocha não é como a nossa Rocha, sendo até os nossos inimigos juízes disto.” Dt 32; 31

“Então dirá: Onde estão os seus deuses? A rocha em quem confiavam...” V 37

Como ensina a boa hermenêutica, a Bíblia interpreta a Bíblia; caso a “Rocha” do primeiro verso soe ambígua; o segundo texto esclarece, que se trata de Deus. A ideia do autor é que, mesmo as nações, então, inimigas de Israel, reconheciam a superioridade de seu Deus.

O fato de reconhecer, porém, não significa obedecer, cultuar; tanto que, as ditas nações continuavam seus cultos a deuses inferiores. Grosso modo, o fenômeno continua, pois, há imensa diversidade de cultos, mas, nas horas emergenciais, de grandes catástrofes, por exemplo, geralmente as pessoas dizem. “Meu Deus”.

É uma forma velada de reconhecer a superioridade da “Rocha”. Qualquer que pretenda servi-lO deve, antes de tudo, comprometer-se com a verdade, que, segundo ensinou Jesus: “Tua Palavra é a verdade.”

Mas, para a imensa maioria, a Palavra é “radical” demais, e a galera prefere ser “livre”. Posto esse cenário, alguns buscam mascarar com a velha assertiva que “todas as religiões são boas”; o fanático, por seu lado, assegura que só a sua é boa, ele só está certo.

Na verdade, Cristo não foi um criador de religiões, embora, estrito senso, se, religião deriva do religare, só Ele, religa o homem pecador arrependido, à Rocha, Deus.

Há um provérbio japonês que diz: “Se for para buscar abrigo, que seja sob uma árvore frondosa”. Ninguém conhece árvore de maior estatura que Deus, então, onde melhor para se abrigar? O Problema que os anseios de poder secular, na idade média, sobretudo, e o anelo por posses materiais, em nossos dias, também resolveram “se abrigar” sob o nome de Deus.

Aliás, onde o chamam Alá, radicais matam; no Mali e Argélia, principalmente, em nome da liberdade de restringirem a liberdade de crença; da imposição de uma “Fé” estatal. De novo o poder terreno sendo buscado sob “as bênçãos” do céu.

A revista Forbes Brasil divulgou os cinco “pastores” mais ricos do Brasil, Macedo, Santiago, Silas, Soares e Hernandes; chega a ser humilhante para trabalhadores comuns, as posses de tais “homens de Deus.”

“Não te fatigues para enriqueceres; e não apliques nisso a tua sabedoria.” Pv 23; 4 Certamente descobriram que o velho Salomão não estava com nada, e revisaram seus conselhos, como o supra.

O serviço espiritual no Velho Testamento era feito pelos Levitas, uma tribo escolhida por Deus para tal, e desses, Deus dissera: “Por isso Levi não tem parte nem herança com seus irmãos; o SENHOR é a sua herança, como o SENHOR teu Deus lhe tem falado.” Dt 10; 9

A ideia seria que as tribos teriam entre suas posses espaço para os levitas que seriam oficiais do sacerdócio, meio pelo qual Deus abençoaria a nação toda, e isso seria sua “Posse”; a honra de pertencer a Deus para servir, não para enriquecer. Possivelmente, mais uma parte caduca da Bíblia que os neo-apóstolos, bispos missionários e pastores revisaram.

A Rocha segue sendo o que sempre foi, Justa, Segura, Fiel; mas, o ser humano também segue o mesmo; ao invés de lavar-se para não ser barrado no baile, prefere dançar num baile de máscaras.

Jesus, o Senhor, avisou que seria assim; “Outra parábola lhes propôs, dizendo: O reino dos céus é semelhante ao grão de mostarda que o homem, pegando nele, semeou no seu campo; O qual é, realmente, a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas, e faz-se uma árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se aninham nos seus ramos.” Mat 13; 31 e 32

Estranhas aves de rapina usam a fantasia de pombos, bicam a contragosto alguns grãos diante das câmeras, preço que pagam pela fausta carne que consomem. Afinal, o coração humano também é rocha; e ao fugir das implicações da Palavra, usam um martelo de borracha, e seguem “inteiros”.

“Porventura a minha palavra não é como o fogo, diz o SENHOR, e como um martelo que esmiúça a pedra?” Jr 23; 29