MENSAGEM URGENTE AOS AMIGOS DO RL
De repente, em um determinado dia e hora, despertamos com vontade de fazer algo diferente, ousado, talvez (quem sabe?) um tanto quanto perigoso. Ou, então, algo que nada tem de diferente que, para nós, significa uma mudança de hábitos, uma fuga da rotina que enlouquece.
Foi o que aconteceu comigo quando resolvi publicar a forma poética que havia criado há quatro anos - AS TROVÍLIAS. Mesmo após tanto tempo, antes de publicar a Teoria Literária, pesquisei, li, procurei certificar-me de que não havia nenhuma publicação que por ventura tenha se antecedido a minha e que pudesse ser confundida com algum tipo de plágio; nem na forma e muito menos, no conteúdo.
Desde a publicação de minhas primeiras Trovílias, tenho recebido o apoio incondicional dos amigos do RL; muitos aderiram a nova forma poética, além de inúmeras sugestões que muito têm contribuído para o aprimoramento do estilo. Tenho aproveitado todas.
Há uns dias recebi um e-mail de uma pessoa muitíssimo conceituada em nosso recanto de poesia e amizade, alertando-me que o estilo das Trovílias já existe e, para comprovar sua tese, enviou-me alguns links de demonstração do que afirmava. Um deles tratava-se dos chamados “Desafios”, um estilo de poesia cantada (muito utilizada no Nordeste e também em Minas Gerais). São cantadores repentistas que se encontram para se desafiarem na poesia e é comum um repetir o último verso cantado por seu oponente, na primeira estrofe de sua poesia. Contudo, são poemas sem rimas constantes, sem métrica (posto que são cantados) e não há limite de versos uma vez que os cantadores vão se desafiando, sem hora para pararem, enquanto forças tiverem.
As Trovílias têm a obrigatoriedade de métricas e rimas, repetindo-se o último verso da quadra anterior na quadra seguinte e ainda, finalizando com a repetição do segundo verso da primeira quadra no último verso da quarta quadra. É um pouco diferente dos chamados Desafios, vocês não acham? A pessoa que me escreveu também sugeriu que as Trovílias têm semelhança acentuada com os Cordéis. Eu não sou (e nem pretendo ser) nenhuma sumidade na Literatura Nacional, pelo contrário, tenho muitas dificuldades (haja vista o meu embaraço em entender a representação dos versos através de letras - ABCD-DEFG.....). Contudo, já escrevi alguns cordéis, leio muito a respeito para não cometer grandes erros e posso lhes dizer que os Cordéis que têm os versos repetidos são os chamados “cordéis com mote”. Aborda-se um determinado assunto, iniciando todas as estrofes do cordel com os dois primeiros versos. Como este que escrevi e publiquei em 28/08/2012, em interação ao excelente cordel do poeta Ansilgus:
“A MULHER É COMO ESTRADA...
É BOA, MAS PERIGOSA!
Nas andanças dessa vida,
já me deparei com tudo.
Desde mulher decaída
a homem que ficou mudo.
De cabeça enfeitada
esse homem hoje, goza.
A MULHER É COMO ESTRADA
É BOA, MAS PERIGOSA!
Já vi muito inteligente
cair nessa armadilha.
Volta pra casa, doente,
seguindo a mesma trilha.
E a esposa, coitada,
na rotina desditosa.
A MULHER É COMO ESTRADA
É BOA, MAS PERIGOSA!”
Caros amigos, peço-lhes que leiam, com muito carinho, a Teoria Literária das Trovílias, publicada em 07/11/2012 (http://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/3973335) em que fiz algumas alterações que achei convenientes, para melhor entendimento e facilidade de se escrever as Trovílias e para que não reste nenhuma dúvida. Caso alguém encontre alguma semelhança com determinado estilo de poesia já pensado e publicado em algum lugar, por favor, peço-lhes que me alertem para o fato pois esta é a última tentativa de manter no ar essa forma poética, humildemente criada por mim e que não tem nenhum objetivo que não seja o de buscar novos estilos para nossa poesia.
Não sou vaidosa o suficiente para manter algo que não esteja plenamente de acordo com as normas do bom senso, apenas para ver meu nome exaltado em uma criação qualquer que seja. Não sou boa de briga e não quero provocar polêmicas em que meu nome esteja envolvido. Sou preguiçosa o suficiente para não alimentar eternas discussões a respeito de uma vontade que nem é tão importante assim em minha vida. Tenho coisas muito mas prementes para pensar, no momento e, tudo o que NÃO QUERO, é seguir com algo que nada me renderá a não ser dores de cabeça e noites de insônia (como esta última que passei, por exemplo).
Caso sejam as Trovílias motivo de discussões e controvérsias, prefiro retirá-las do ar, sem a menor dor na consciência. Por outro lado, não quero que, para me agradarem, concordem comigo. Podem falar a verdade, nada mais do que a verdade. Eu agüento o tranco! E sei que os verdadeiros amigos serão sinceros nesta questão. Só vão me ajudar a aprimorar-me cada vez mais na arte da escrita e, quem sabe, um dia, possa criar algo verdadeiramente de valor para a poesia!
(Milla Pereira)
§ ÓTIMO DIA A TODOS OS AMIGOS §