A História do Gênesis.
A HISTÓRIA DO GÊNESIS
Texto de Honorato Ribeiro dos Santos.
Ser lido pela páscoa.
O texto bíblico que a gente ler no livro dos Gênesis, a criação do mundo é cheio de simbologia, metáforas; “é narração popular, etiológico-teológica sobre a presença do mal social no mundo.” Não é um livro historicamente aferível. O autor sem se preocupar com a origem e o por quê, que o mal ou pecado apareceu na terra, ele afirma desde o princípio que a humanidade errou e continua a errar. Ele faz um simbolismo da criação e cria as personagens representativas da humanidade criada por Deus: Adão e Eva. “O pecado de Adão e Eva é histórico no sentido de real e não aferível, isto é, comprovado, documentado.” É narração teológica. “Onde viviam Adão e Eva não é lugar geográfico, mas um estado de justiça, de paz, de fraternidade, de felicidade em que o homem deveria viver” chamado de PARAÍSO. O desejo de Deus era que a humanidade deveria viver continuamente sem errar, sem pecar vivendo nesse paraíso: como irmãos, amando uns aos outros, praticando a justiça, vivendo em paz consigo mesmo e com todos. Mas Deus quis, por amor a humanidade, dar-nos o livre arbítrio. Por isso somos livres, desde a criação do homem e a mulher de optar pelo bem ou pelo mal. Toda a humanidade já nasceu com dois mundos: O mundo do mal e o mundo do bem: Reino de Deus e reino de satanás. Somos livres para a nossa escolha. Somos propensos mais para praticar o mal do que o bem. “O paraíso só existirá, quando o homem conseguir eliminar as estruturas geradoras do mal, do pecado, da injustiça.” Os primeiros habitantes destruíram o Projeto de Deus; por isso Ele enviou o seu Filho Jesus para trazer novamente esse Projeto ensinando-nos a sermos iguais a Ele: “Eu vos dou um novo mandamento: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei”. Esses são os ensinamentos de Jesus.
“Deus proibiu não “comer da árvore do bem e do mal, isto é, viver com suas próprias ideias sem obedecer a Lei Deus”.” Quando Adão pecou, viu que estava nu, isto é, uma tomada de consciência:” perdeu a paz, a tranqüilidade. Nós quando cometemos um erro gravíssimo a nossa consciência acusa o mal que fizemos. Essa é a nudez que fala a Bíblia. Sentimos vergonha social e religiosa. Viu o rumor dos passos de Deus, isto é, o remorso, a consciência acusando que existe justiça que poderá lhe punir. Todo assassino tem medo de alguém lhe matar. Na sua consciência ficará gravado para sempre e ele não poderá delatar, passar a borracha apagando o mal que fez. Essa é a nossa própria história perante a Deus. Não podemos interpretá-la ao pé da letra, pois a história de Adão e Eva, Abel e Caim é a nossa própria história, pois somos pecadores e não há justo na terra. Jesus veio nos ensinar a vivermos como irmãos nos amando reciprocamente. Mas o ser humano, quer no social, quer na política é sempre Caim. Não quer imitar o Mestre dos mestres, Jesus Cristo.
Adão e Eva tiveram dois filhos: Abel e Caim. Caim por inveja matou o irmão Abel. Essas duas personagens simbolizam a nossa sociedade, desde que apareceram os primeiros viventes. É nossa história até os nossos dias: Há sempre essas personagens representativas da humanidade. O homem continua a errar, mesmos aprendendo os ensinamentos de Jesus, o homem é sempre o Adão, a mulher, Eva. O autor do Gênesis mostra a primeira família existente na terra; e por causa do erro não querendo ser perfeito, santo, usou o livre arbítrio e erra como os primeiros viventes. O amor está sendo abortado pela família. Vê os passos de Deus e não assume a culpa: “Não fui eu que errei, diz Adão a Javé, foi Eva”. Eva respondeu: Não fui eu, foi a cobra. Repetimos e continuamos a não assumirmos o que fazemos de erro, embora conscientes que somos apontamos a culpa para outrem.
Há mais Caim de que Abel. Adão e Eva representam toda estrutura da família: Uns geram Abel, outros geram Caim. Caim quando matou seu irmão disse consigo mesmo: “Pesado é o meu castigo para ser suportado! Eis que hoje (Deus) me expulsas para longe do solo fértil, e deverei esconder-me da tua face, vagueando errante e fugitivo pela terra. O primeiro que me encontrar me matará! Respondeu Javé: “Pois bem, se alguém matar a Caim, sete vezes sofrerá vingança” E Javé pôs um sinal em Caim, para que não o matasse o primeiro que o encontrasse” (Gn. 4, 13-15). O sinal é que na mente do assassino viverá em sua consciência o crime cometido contra seu irmão. Não apagará jamais. O mundo está cheio de Caim e poucos Abel. Todos nós somos irmãos, por isso quer seja pai, mãe, filho ou filha matando um ser humano é deveras, não mais um simbolismo, mas a realidade: CAIM. Não se poderá ler a Bíblia ao pé da letra, pois ela é cheia de simbolismos, metáforas, parábolas. Antropologicamente nunca existiram essas personagens que acima referimos, mas são figuras reais simbolizando a nossa própria história. Caim e Abel são protótipos do mal e do bem respectivamente. O mal continuará viver entre nós, pois, somos mais propensos a ele. Para sermos cristãos devamos nos aperfeiçoar sempre no dia a dia com os ensinamentos de Jesus Cristo. Se vivermos cristologicamente construamos um novo PARAISO. Todos nós batizados temos a responsabilidade de levar a Boa Nova ensinado por Jesus: Somos todos missionários e responsáveis pela evangelização. Assim teremos um mundo melhor cheio de paz e justiça.
A intenção do autor do Gênesis não foi afirmar como nasceu o pecado e como entrou, mas afirmar que toda a humanidade, desde os primórdios dos tempos sempre errou e continuará errando, porque todos somos pecadores.
FEIZ PÁSCOA.
hagaribeiro. 25-04-2011.