Eu fico te mandando nos  e-mails desejos de

“bom dia”, “boa tarde”, “boa noite”

Te chamo de “amiga”

Não digo o que quero

Não digo o que sinto

Não canto a cantiga

Que a minha emoção quer cantar

Que ouço em meu coração

Quando sem voz, sem visão

Tudo em mim fala do meu amor por ti

Minto

Minto por nós

Minto pelo nosso sentimento

Minto por que você não merece ser magoada

Minto por que as palavras eu as vasculho

E do que vai na minha alma eu escolho o que vai ser dito

Escolho no todo um nada

Eu minto...

Não!

Eu omito

E toda palavra guardada

Tem o sentido de uma paixão

Esquece os “bons dias”, “bons qualquer coisa”

O que eu quero te dizer com todos os “as”, “emes” e “os”

É que eu te amo...

Assim...
 
Com todos os “as”, “emes” e “os”

E este amor que hoje se esconde,

Que se esgueira entre palavras,

É o mesmo amor onde,

Há pouco,

Meu peito cansado deitava.

Não, não queria simplesmente te desejar bom dia

Queria ser o teu dia... tua noite

Queria ver deitar o sol por trás dos teus lindos olhos azuis

E fazer a tarde

No fogo que arde em mim

Não quero te desejar “bons nadas”

Minhas palavras podem até te iludir,

Mas não me iludem.

Eu sei o que elas querem dizer.

Se eu escrever “tijolo” ou “madeira”, tudo quer dizer a mesma coisa:

“Eu te amo”.

Com todos os “as” e “emes” e “os”.

Te amo!!!

Minto pra você,

Mas não consigo mentir pra mim.

Te amo!!!

Pode uma coisa assim?

Mas, este amor tem que ser sublimado

É o amor que não pode acontecer

É o amor que devora

É o amor que a minha alma anseia,

Mas que não pode ter um agora

É o amor que tem que ser amigo

É o amor que vive comigo

Sempre dizendo que vai embora

Amor, eu te amo

Quieto... calado...

Te amo só pra mim

Porque tem que ser assim?