EU VOU... E VOLTO!

 
Eu nunca gostei de telefonemas no meio da noite, sempre trazem noticias desagradáveis. Já passei por esta situação algumas vezes e estou “vacinada”. Mesmo assim esses telefonemas, para mim - que vivo distante de minha família há anos - ainda assustam.
 
O coração acelera, corpo treme, as lágrimas vêm. Não é só a morte de quem amamos que nos entristece. Há noticias que nos chocam, tanto ou ainda mais do que a própria morte – se é que é possível. Uma situação difícil pela qual alguém de seu convívio – especialmente os irmãos a quem amamos – está atravessando, uma doença ainda sem diagnóstico, a imagem esquálida, fragilizada de alguém que, por toda a vida, teve ombros largos e fortes para segurar tudo e todos ao seu redor.
 
Se nada pudermos fazer para mudar o quadro que se apresenta, pelo menos poderemos contribuir com nossa presença fraterna. Há coisas que não entendemos, apenas aceitamos. É o primeiro passo para compreendermos a vontade divina ou o porquê dos fatos acontecerem com alguém que, o primeiro pensamento que lhe vem à cabeça é:
 
- Ele não merece isto! Será que não? Quem somos nós, pobres mortais, para definirmos o que é - ou não - merecido? Procurarei fazer o que posso, no momento. Contribuir com a minha presença e orar muito por meu mano, a quem muito amo.
 
(Milla Pereira)