CRÉDITO IMAGEMwww.cirugiaesteticaymastologia.com.ve/ imagene

Redesenhando Minha Imagem -24.02.2005

Eta tratamento sem perdão!!!!!!!!
Apesar de todas as informações obtidas através da própria internet, através das conversas com os médicos, somente atravessando a estrada para ver ao vivo e a cores a paisagem.
As "fotografias" são, de fato, um instrumento que norteiam um marinheiro de primeira viagem. Porém, apesar de nos prepararem para o tratamento de câncer, nossos sentimentos só começam a ferver, assim como a água, na temperatura certa.
Comigo não está sendo diferente.
Ao receber o resultado da biópsia, no inicio da caminhada contra o câncer, não sei de onde, mas uma força interna me moveu e continua me movendo no sentido de não me abater ou me soterrar diante da verdade.
Fui a luta buscando sempre todas as informações disponíveis sobre a minha doença, para ter conhecimento sobre as diversas linhas de tratamento.
Optei por fazer minha cirurgia no hospital MaterDei de Belo Horizonte, por ser um dos centros brasileiros de referência no serviço de mastologia.Logo, tecnologias e médicos prontos para me deixarem mais confiante. Pude contar, felizmente, com meu plano de saúde. Descobri, entretanto, que o SUS também propicia esta oportunidade nos grandes centros, e que as pessoas pouco ou nada sabem sobre isso..
É por isso que estou aqui, esperando poder deixar uma luz acesa para iluminar o caminho de quem precisar.
Um primeiro choque de verdade, com o câncer, foi o dia da minha primeira quimioterapia, há 21 dias atrás.
Ao sentar numa cama médica muito confortável e ao esticar o meu braço esquerdo para receber o escalpe de uma agulha borboleta, de cor verde, a ficha caiu.
Um desconforto na entrega de meu corpo a todas as drogas, para o combate de possíveis micro-células malucas e descontroladas, encheu-me de insegurança. Não chegou a ser medo, mas ficou bem perto.
Procurei lembrar, então, das crianças que vi num hospital daqui, onde eu estava como voluntária antes de saber de minha doença e alimentei meu cérebro daquela energia onde sorrisos escapavam das pequenas bocas, enquanto os olhos não mentiam sobre suas dores.
Procurei pensar nas milhares de pessoas do mundo, que não têm a oportunidade sequer de se descobrir doente e assim, pude agradecer a Deus pela oportunidade.
Passado o desconforto do momento, fui premiada por não passar, nessa primeira vez, pelo desconforto das náuseas. A sensação única foi da existência de dois corpos. Um sadio e o outro precisando de cuidados.
O que quero dizer com isto?
Que senti o desconforto de me sentir duas em uma. Uma sensação muito, mas muito esquisita. Não agredi meu estômago e só me alimentei do que tinha vontade e na hora que tinha vontade.
Uma semana depois, já estava inteira e iniciei a minha fisoterapia.
E o cabelo?
Cai não cai.
Descobri que nem todos os tipos de quimioterapia derrubam os cabelos, que isso depende das drogas usadas no tratamento. Porém, no meu tratamento a CARECA (alopecia) faz parte.
E quando perguntei a minha oncologista,aqui de Juiz de Fora, onde faço o tratamento quimioterápico, sobre o queda capilar,ela sorrindo, por cima do óculos, me respondeu: aguarde dezesseis dias e me orientou para ir cortando o cabelo.
Cortei-o bem curtinho na primeira semana, na segunda mandei passar máquina 6 e no décimo oitavo dia, ao tomar banho, à noite, meu cabelo começou a "derreter" como disse minha sobrinha de cinco anos.
Não foi um momento fácil, apesar de estar preparada para ele. Os fios desciam pelo meu corpo e os que ficavam eu os podia tirar como se fossem mato em terra molhada.Só me restou assim, mandar raspar com máquina 1 o que tinha sobrado em minha cabeça. Olhar no espelho não foi difícil porque nem me achei tão esquisita como pensava que ficaria e preferi assumir a minha CARECA , sem perucas ou lenços, pois estes sim, me deixam muito diferente de mim mesma.
Hoje, já é véspera da segunda e o resto dos fios de cabelo que ficaram resolveram se revoltar e estão desabando.
Amanhã, decido se acabo com eles de uma vez, ou se os deixo em paz. Tudo vai depender do que minha médica vai me dizer