Desabafo
Como pude fazer tão pouco e errar tanto em tão pouco tempo
Mas com meus erros aprendi muito, a solidão foi minha mestra,
Tive como companheira constante a tristeza, meu único amigo foi o sofrimento,
Muito cedo aprendi o que é o desprezo, também a perder esperança
Mas sobrevivi e aprendi a lutar, encontrar forças no nada, no vazio
Nunca soube o que é felicidade, nem tão pouco o que é ser amada
Desconheço a compreensão, nunca recebi carinho nem afeto
A constante falta de amor me fez forte, sempre que tropecei e cai, me ergui sózinha
Não havia uma mão amiga para me ajudar, não tinha com quem contar
Desconheço a alegria, não tenho fé, mas ainda assim sempre estou sorrindo
Mesmo tendo sido pisada por todos, nunca neguei a ninguém meu ombro
Nem um abraço de consolo ou mesmo, palavras encorajadoras e de bom ânimo
Sempre estive onde era necessária, tentei fazer tudo para o bem estar de todos
E ainda assim me desprezam, sou apenas um objeto descartável.
Mas preciso ficar firme, batalhar, seguir em frente de cabeça erguida.
Sei que de alguma forma, em algum lugar, posso consolar, amparar ou motivar
Muitos que como eu tiveram, pais, irmãos, filhos e ainda assim sempre estiveram sós,
A não desanimarem, a lutarem, a buscarem o amor, a alcançarem o sucesso,
Desta forma seguirei meu caminho e encontrarei ainda um pouco de paz
Ainda que a vida me tenha sido madrasta, nunca desistirei de sonhar,
De lutar para ver todos a quem eu amo felizes, como eu nunca fui
Minha missão não é ser feliz, mas sim tentar fazer o melhor que puder
Por todos, mesmo aqueles que sempre me ignoraram e desprezaram
Mesmo nunca tendo recebido, vim para doar o imenso amor que trago comigo
Adelaide Wlodkovski
20.10.2003