Nós e os nós
O que virá amanhã, lembremo-nos, há de ser a trança tecida no ontem e no hoje. Nós, os responsáveis por todos os nós dessa trança. Nós e os nós. Nossa tarefa, nossa poesia.
Nós, cascas de noz, neste oceano conturbado. Difícil, sim, a luta é dura... Mas força! Avante! A transformação do mundo é um trabalho de formigas e nem sempre é fácil ver o terreno conquistado.
Ano que vem não trará milagres, mudanças repentinas. Mas continuará havendo espaço para lutar um tempo onde o mando do mundo seja cada vez menos a Força e cada vez mais o Amor e a Justiça. Por um tempo em que os calados tenham cada vez mais sua voz e sua vez.
Nós e esses nós de cada dia. A trança do amanhã mais luminoso é nosso trabalho paciente, embalados pelo doce lábio da
Esperança, trabalho que a gente às vezes nem dá valor, mas não há no mundo mais belo que ele.
Por este ano que se acaba, por este que vai vir, parabéns. Parabéns, artistas sem direito a letreiros luminosos ou especiais na tevê. Mas lembrem-se que sem nós não existe a trança. Sem nós, nada feito. Parabéns para nós, inspiração que somos de todos os autores do mundo.
Luminoso 1985.
William Jaques Pereira Santiago
Professor da Escola Classe 15 – Gama, DF, C.E. A