Feliz Natal
 
                Dezembro de 2O16, as estações do ano na Região de Barroso, tão bem definidas, passaram voando. A  Primavera mal  teve tempo de dar o ar da  sua graça, de vestir os campos  com aquele verde que só aí se mostra à mistura com o colorido das flores  que agora deram de se vestir de violeta. 
         E logo o verão apareceu com um calor de rachar, tanto que pôs muitos campos a arder,  a Serra do Larouco e outras da redondeza  se viram devastadas pelas chamas.
       As chuvas de Outono chegaram para acalmar o fogo a se espalhar, Foi um Outono bem-vindo,  mas logo também se foi para o inverno chegar.
      Desta vez chegou com aquela nevada,  Montalegre e a região de Barroso  se vestiu de branco para esperar o Natal Chegar.
 Neve para a nossa terra, para a nossa gente simboliza união: o calor da lareira, o aconchego do lar favorecem  alegres convívios : comida saborosa, típica da terra e da estação, regada a bons vinhos, que os habitantes da terra sabem bem quais são.
      E mal se dão conta já é Natal. Lá fora  o frio, a neve, a chuva  petrificada os encurrala. É o espírito de Natal a criar um ambiente propício  à reflexão.
      No calor do verão, sem tempo para pensar, adjetivar fica mais fácil, e assim vamos, sem muita cautela, entrando na intimidade do outro colocando  nele qualidades que denigrem a sua imagem. daí para o insulto é um passo, insultar é imediato.  Ambos são uma falácia: só posso me ofender se der ao outro permissão para entrar na minha vida. É como chamar de careca alguém que tem muito cabelo, claro que aquilo não lhe diz nada, nada mesmo. Já um careca, talvez se ofenda, afinal mexeu com seus brios. A ofensa é uma permissão, um o direito que eu dou ao outro de entrar na minha intimidade e me jogar na cara coisas que consciente, ou inconscientemente admito.
    Mas há que ressaltar que a cada dedo que eu aponto para o outro, há três ou mais apontados  para mim: o agressor é quase sempre o mais agredido.  Deixa cair a máscara,  se despe em público.
   Já no inverno  quando as ideias esfriam um pouco raciocinamos mais, refletimos mais. O Natal é também um momento de reflexão. Com tempo para pensar vamos fazendo uma limpeza nas gavetas, jogar fora o que não veio para somar, que não agrega nada a coisa nenhuma.
    Eu tive a felicidade de conviver com um Secretário da Educação que se preocupava muito com isso. Dizia que muitos professoras estão  com as gavetas tão cheias que não sobra espaço para o novo, para a aquisição de novos conhecimentos, dizia mais:  ou despejamos as gavetas ou viramos papagaios a repetir velhos conceitos. Isso o preocupava muito, e tinha razão.
   Feliz Natal passa por isto também, não é só compras,  não é só Pai Natal, não é só  bolo rei. Não é só dinheiro, claro que dinheiro ajuda,  não é desprezível, claro que não, é uma ferramenta para aquisição do que é fundamental para a nossa  existência, mas não compra o essencial,  aquela fonte primária que nos dá autenticidade.
    Feliz Natal é amizade,  união, lealdade,  solidariedade, respeito, humildade, praticar sabedoria, racionalizar as ideias, é  também praticar igualdade, perdão, equilíbrio, bondade, paciência, gratidão e tantos outros “ aõs” caberiam  aqui.
      Desejar  Feliz Natal é desejar felicidade e esta não passa por ter nos pés um sapato de salto alto, sofrível. Às  vezes é um chinelo velho bem adaptado aos nossos pés.
     Ainda não nos sentimos neste mundo como um pássaro se sente em cima de um galho de árvore, não estamos tão adaptados assim.
    Esta  busca pela felicidade é uma constante no ser humano,  por isso , ano após ano nos aproximamos dos parentes, dos amigos, dos que comungam dos nossos ideais, dos que torcem por nós, e a todos desejamos Feliz Natal.
    Feliz Natal para todos os Filhos da Região de Barroso, para os nossos leitores .  Para os colaboradores do Notícias de Barroso .
    Feliz  Natal para o  Diretor do Notícias de  Barroso Sr. Professor Carvalho de Moura e sua família.
                                                                        Lita Moniz