CHASQUE DE NATAL E ANO NOVO

(em linguagem gaudéria, campesina, enfim, o gauchês)

Mas bah, tchê! Eis que surge lá do fundão, após se entreverar nas coxilhas, mundo a fora, loco de buenacho, o índio Noel montado em sua charrete, que mais parece um mascate, para celebrar o nascimento do piazito do peito – o gaudério dos Pampas chamado Jesus – filho de Maria, flor de rezadeira, e de Seu José, o carpinteiro loco de bueno... Aos viventes de todas as várzeas e coxilhas um Natal pra lá de bagual!

E que o Novo Ano siga assim, na mesma têmpera da xerenga de aço terrunho, cortando os metido a besta e lonqueando as vaidade ajojadas aos maulas, trazida pelos mala-cabeça em sua mala-de-garupa... E que o patrão véio cutuque a picanha dos desgarrados, porque estes não fazem falta, só aumentam o esforço na peleia de viver...

Salve o bissexto 2016, que por si só já vem dando quinze em terra lavrada... Êta, penca desigual esta, que já vem a furo com 366 dias de barro no inverno e polvadeira no verão.

Sossega o pito que o alazão do tempo é silencioso, não faz escarcéu. Bem, hay que lembrar o minuano, quando bufa de brabo e carrega tudo por diante...

Um quebra-costelas do andejo Joaquim Moncks.

– Do livro A BABA DAS VIVÊNCIAS, 2009/15.

http://www.recantodasletras.com.br/mensagens-de-natal/5493202