METAMORFOSE

Angústia. A palavra da vez. Dentro de mim ela é a revelação de que um ciclo se encerra para dar lugar a outro. Por isso essa sensação de tristeza e desânimo.

Hoje nem planos eu tenho. Nem norte. Nem arriscaria um palpite. Estou dolorida, maltratada. Há em mim uma mágoa que parece não ter fim, insistindo em me puxar para o fundo. Preciso reagir. Devo continuar, não posso fraquejar agora. Menos ainda me render ao sofrimento.

Algumas certezas me animam, entre elas, a de que tudo na vida passa. Esse tormento é meu, só meu, e de mais ninguém. E eu preciso vencê-lo, preciso passar por mais essa prova.

Vou ficar aqui no meu invólucro, o lugar mais apropriado para me proteger, o tempo que for preciso. Melhor enfrentar.

Quem sabe desse triste casulo, de aparência feiosa, após semanas ou meses, emerja uma linda borboleta ao encontro da liberdade.

Maria Celça
Enviado por Maria Celça em 17/07/2014
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