METAMORFOSE
Angústia. A palavra da vez. Dentro de mim ela é a revelação de que um ciclo se encerra para dar lugar a outro. Por isso essa sensação de tristeza e desânimo.
Hoje nem planos eu tenho. Nem norte. Nem arriscaria um palpite. Estou dolorida, maltratada. Há em mim uma mágoa que parece não ter fim, insistindo em me puxar para o fundo. Preciso reagir. Devo continuar, não posso fraquejar agora. Menos ainda me render ao sofrimento.
Algumas certezas me animam, entre elas, a de que tudo na vida passa. Esse tormento é meu, só meu, e de mais ninguém. E eu preciso vencê-lo, preciso passar por mais essa prova.
Vou ficar aqui no meu invólucro, o lugar mais apropriado para me proteger, o tempo que for preciso. Melhor enfrentar.
Quem sabe desse triste casulo, de aparência feiosa, após semanas ou meses, emerja uma linda borboleta ao encontro da liberdade.