VIDA, AMOR

Acordei decidida a escrever, mas ela não estava ali. Antes orei agradecendo à vida, caminhei pelo bosque, toquei as folhas das árvores, acariciei as flores no jardim, recebi a brisa matinal com alegria. Observei os pássaros em revoada deixando as copas do arvoredo. As fontes de água límpida pareciam intactas, intocáveis, livres de qualquer ação danosa do ser humano. As pessoas da redondeza sabiam respeitar aquela natureza linda e sempre verdejante. Esse lugar é privilegiado. Na atmosfera ainda soa a voz terna e calma de minha avó paterna, quando me chamava dizendo: 'Filhinha, você está aí'? Vovó temia que eu me distraísse caminhando pela campina e me afastasse muito dela, enquanto estava lavando roupas no rio próximo as fontes. Percebi que a vida estava e está ali.

E eu querendo escrever, mas ela não estava comigo. As fontes eram somente fontes. A campina, suas variadas florzinhas, o bosque próximo à nossa casa, o rio, os pássaros, tudo era apenas isso! Entendi que naquele momento Deus retirou de mim a poesia. Mas não 'ousou' retirar o amor. Ah, isso não! Ele sabe que o amor é parte significante de mim. E permitiu que mais uma vez eu estivesse aqui para dizer: Te amo, vida minha, de alma e coração! Te amo com a memória, por isso... eternamente!

Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 19/12/2015
Código do texto: T5484890
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