Minha jornada
Posso dizer que tive uma infância solitária, sendo filho único e com grande dificuldade de interagir com pessoas. Mas só fui perceber o quanto isso era ruim na adolescência, nas vezes que passava o intervalo na biblioteca ou dos muitos trabalhos em dupla na aula de filosofia em que fazia sozinho. O ápice dessa solidão foi quando, após finalmente conseguir me enturmar, mergulhei numa amizade tóxica que destruiu meu psicológico e me fez sentir coisas horríveis. Ainda há uma enorme cicatriz, uma lembrança marcante e que mesmo sem dor, as marcas permanecerão eternamente.
Dificuldade de lidar com términos sempre foi um desafio, isso inclui o fim do ano, pois, na infância, sem amigos e longe da escola, tive que encontrar maneiras de lidar com a solidão para não enlouquecer. É clichê falar disso hoje em dia, mas os jogos online se tornaram um refúgio, pois assim conseguia sair da realidade, mesmo que momentaneamente, criando laços com amigos virtuais, inclusive com alguns permanecendo na minha vida até hoje. E a música, que muitas e muitas vezes me deu força para continuar. A música é uma das criações mais brilhantes da humanidade, expressando aquilo que há de mais íntimo no cerne e engrandecendo o ser.
E hoje, posso dizer que só estou aqui pois superei todos esses desafios, fui a pessoa que pensou 50 vezes antes de falar para uma amiga que talvez (!!) gostasse de meninos, a pessoa que não usava foto de perfil e não tirava fotos, selfies eram sentenças de morte. A pessoa que não tinha amigos, e o coração doía por isso.
E hoje, sou a pessoa que está repleto de pessoas incríveis e maravilhosas ao seu redor. A pessoa que o vini do passado escrevia e imaginava, enquanto ouvia músicas tristes.