WALDECI E SUA LUTA CONTRA O DÁBLIO
Waldeci foi um colega de trabalho no bairro da Ribeira, entre 1991 e 1992. Era um grande profissional no que fazia, artista na arte de lidar com conserto de peças de fibra. Analfabeto de pai, mãe e parteira. Campeão mundial em falar errado. Pense! Arranjou uma namorada de nome Kátia. Um dia entrou no escritório, com um número de telefone escrito num papelzinho, e me pediu para fazer uma ligação para aquela moça. Deixei ele a vontade e continuei batendo na máquina de datilografia, uma documentação para uma licitação do dia seguinte. Mesmo ocupadíssimo, e atento ao que estava fazendo, não tive como não ouvir o que ele dizia. E foi assim:
- Alô! Kaitcha?! É Waldeci! Waldeci, seu namorádu, hômi. Iscúti, vâmu si vê amenhiã?! Óli, líguêi pru módi agênti combiná. Anóti aí u númu.
Waldeci passou o número do telefone da empresa e...
- Anotô direitim? Prôntu, tá feítu. Cúma? Cúma é, hômi? Sim, sim, Waldeci. É! É, é cum "vêdjabu" mêrmu!
Chico Potengy.🌵
Texto de 13 de setembro de 2016.