Eu só levei a melhor nas "brigas" que enfrentei?

O amigo escritor Arnor fez um comentário interessante, e que eu ainda não havia refletido: "Só bateu?" O comentário foi no texto "Nunca corri de uma briga-55". Pois bem, como eu escrevi no comentário resposta ao amigo, eu realmente não tenho lembranças de ter levado a pior nos meus conflitos e duelos infantis e juvenis. Mas, creio que isso foi sorte do destino e justamente por ser criança. Para minha saude, sempre evitei qualquer confronto na adolescência, talvez por saber que não tinha a menor chance e também por ter me tornado um pacifista. Meu apelido era pastor e, consciente ou não, brigão não parecia uma boa fama para quem pregava João 3:16 pelas ruas do bairro. Agora, se eu sempre me dava bem nos combates com os meus pares, quando papai queria nos castigar por desobediências quaisquer, ai o bicho pegava.

Papai disse que era proibido a gente ver televisão. Era um decreto real que deveria ser cumprido à risca. O que eu e minha irmã fizemos? Fomos assitir na casa de Leandro. Não deu outra. Papai veio por trás e agarrou a orelha da minha irmã com os seus dedos de alicate. Quando eu vi a cena, meti o pé para casa e me escondi nas saias de mãe.

Papai não queria a gente brincando na rua com todo mundo. Tinham os meninos e meninas que a gente podia brincar, justamente por causa da influência negativa. "Mas isso é segregação!" Não, isso era sobrevivência. Quando papai não gostava das nossas companhias, nos chamava com um assobio. E se a gente não fosse para casa atendendo ao seu chamado. Era peia no lombo.

Teve uma vez que eu tive medo de apanhar e corrido para a rua. Era o que bastava para a vizinhança sair de casa e se divertir com a desgraça alheia.

Papai se escondeu atrás do poste esperando que eu passasse... Só que ele não contava que o poste tinha una buracos e que dava para eu ver metade da sua cabeça e então gritei, como criança que está a brincado de se esconder: um,.dois , três, achei papai escondido atrás do poste. Dá para ver a sua careca.

Foi uma risada uníssona. Para o meu azar, uma hora eu tinha que entrar em casa e acertar as contas com o velho João Pedro.