Um triste acidente
Em algum dia entre os anos de 2013 e 2015, à noite, Aline e eu estávamos fazendo um dos nossos programas preferidos de pré-casamento: ir lanchar na pastelaria da Yone. Pastel e caldo de cana era o nosso jantar. Os pastéis eram bem recheados e o caldo bem docinho. Ainda era no antigo endereço na Rui Barbosa, antes deles irem mais para dentro do bairro.
Íamos no mínimo uma vez por semana, as vezes duas. Até depois de casados nós comíamos lá e quando nasceram os meninos e Mikael morava com a gente, pedimos por telefone e em nosso saco de papel sempre vinha desenhado um carneiro, era que a gente morava na Caneiro da Cunha.
Sempre fui fã do sabor frango e bacon na versao grande. Aline sempre pedia um de carne de sol ou algum outro sabor diferente, e o arremate era com um sabor de chocolate. Os meninos comiam o que lhe dávamos.
Foi lá na pastelaria da Yone que teve a confraternização do trabalho de Aline e conheci o pessoal do refeitório da FUNAD pela primeira vez. Lá também vi um jogo onde o time de Ronaldinho Gaúcho meteu uns sete gols contra o adversário. (Sobre esse jogo não me lembro de quase nada e esse resultado inclusive pode ser uma falsa memória).
Uma vez, enquanto comíamos o nosso pastelzinho, ouvimos um barulho e em seguida um carro acelerando. De imediato brotou curiosos até da boca do bueiro. O trânsito parou. E ligeiro correu a informação de que "não era nada. Só um carro que havia matado um cachorro." Só um cachorro? Fui lá ver.
Era um enorme cachorro de uns 50 quilos. Preto. Com certeza tinha alguma raça, mas eu não soube identificar. E com certeza tinha um dono. Um cão daqueles não era de forma alguma de rua.
Arrastei o seu corpo para o canto da rua e pedi que minha noiva pegasse um saco de lixo. O coloquei no saco e o juntei com outros sacos, era dia do carro de lixo passar
"Mas você jogou o cachorro no lixo?" Era isso ou deixá-lo ser sequencialmente atropelado por outros carros até virar um tapete no asfalto. Verifiquei se ele estava realmente morto. Pedi que um dos garçons também conferisse. Em condição ideal, eu o enterraria, mas aquilo era o máximo que eu podia fazer. Alguém deve ter dado por sua falta.