"BACELONA" DE MEU TEMPO

(Reminiscência)

Há pouco, lendo uma poesia do poeta Troya DSouza, Norte-riograndense da cidade de Santa Cruz, intitulada "O Crente e o Cachaceiro", me bateu uma saudade felaputista de quando eu era "minino" (anos de 1960 até 1974, por ai). Havia, na feira "di Bacelona", um cantador de viola que vendia comprimidos de "tiperazina" (Piperazina) pra matar lombrigas (principalmente uma tal de "solitária", segundo ele), e também literatura de cordel. O "infiliz das costas ôca" sacolejava uma mala (dentro havia algo solto pra fazer barulho - talvez uma peça de corda), onde ele batia com um pedaço de pau, dizendo:

- Hoje eu vou mostrar esta cobra! Ela hoje sai da mala. Já, já, eu mostro!

Nunca mostrou NADA... Pois bem, naquela época a "mininada di Bacelona" se divertia com o Potengi descendo com água "im percura" do Atlântico, banhos no açude de Seu Sinésio Marques, no parque de diversões na Festa da Padroeira Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (em 2 de agosto), correr atrás das jumentas nas capoeiras, e o dia da feira. Pois agora os versos do grande poeta do Trairi, fez-me lembrar o dia em que o cantador cantou o cordel intitulado "O dia em que frei Damião enfrentou um crente". Enquanto Seu Joaquim de Souza aplaudia, Assis, o crente mais importante de nossa cidade, ficou indignado e foi "tirar o cantador a terrêro", já pensou? Obrigado, poeta Troya DSouza, por provocar minhas lembranças de um tempo distante de minha inocência.

Chico Potengy.🌵

chico potengy
Enviado por chico potengy em 30/07/2024
Reeditado em 30/07/2024
Código do texto: T8117903
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