OBRIGADO
OBRIGADO
Quando quero agradecer, preciso recorre ao espírito da palavra OBRIGADO.
E para alcançar o espirito do obrigado recorro ao tratado da gratidão de S. Tomaz de Aquino.
Lembramos que esse tratado tem três níveis de gratidão.
Um nível superficial, um nível médio e um nível profundo.
No nível superficial é o nível do reconhecimento, nível do reconhecimento cerebral, nível cognitivo do reconhecimento.
O segundo nível é o do agradecimento, dar graças a alguém por aquilo que esse alguém fez por nós.
E o terceiro nível mais profundo do agradecimento é o nível do sentirmos vinculados e comprometidos com essas pessoas, por exemplo, que em inglês ou em alemão se agradece no nível mais superficial da gratidão quando se diz “thank you” ou quando se diz “zu danken” estamos a agradecer no plano intelectual, quando na maior parte das outras línguas europeias quando se agradece no nível intermediário da gratidão.
Quando se diz “merci” em francês quer dizer dar uma mercê dar uma graça.
Eu dou-lhe uma mercê, estou-lhe grato, dou-lhe uma mercê por aquilo que me trouxe por aquilo que me deu.
Ou “gracias” em espanhol ou “grazie” em italiano. Dou-lhe uma graça por aquilo que me deu e é nesse sentido que eu lhe agradeço é nesse sentido que eu lhe estou grato.
E que só em português que conhecemos que se saiba é que se agradece com o terceiro nível, o nível mais profundo do tratado da gratidão.
Nós dizemos “obrigado”.
E obrigado quer dizer isso mesmo. Fico-vos obrigado.
Fico obrigado perante vós.
Fico vinculado perante vós.
Fico vinculado perante vós.
Fico-vos comprometido a um diálogo, agradecendo-vos o vosso convite a um diálogo, agradecendo-vos o vosso convite, agradecendo-vos a vossa atenção.
Fico obrigado, vinculado a continuar este diálogo e a poder contribuir, na medida das minhas possibilidades para os vossos projectos, para os vossos trabalhos, para as vossa reflexões para o vosso diálogo...
É esse diálogo que quero e é nesse preciso sentido que eu vos digo
MUITO OBRIGADO
Antônio Nóvoa