QUEM É VOCÊ?

A gente liga o rádio e escuta canções que falam de amor,

Na grande maioria retratam romances destruídos,

São canções que trazem lamentos de tristezas e de saudades,

A gente chora ao ouvi-las,

E se imagina ali, na pele do compositor,

Nunca existirá alguém que ainda não tenha vivido a letra de uma canção qualquer,

Eu já vivi e revivi “long-plays” inteiros, de vários compositores,

No entanto não sei qual canção estou vivendo agora,

“A Desconhecida”, talvez “Porto Solidão”, ou quem sabe “Se você me quiser”, “Você não sabe o que está perdendo”, etc, etc, etc...

Cada canção com sua personalidade, cada qual com sua história,

Se não fossem os sentimentos como tristeza, angústia, saudade...

Se não fossem os momentos de solidão, traição, mentiras...,

Com certeza não existiria canções ou poesias.

A felicidade é monótona,

A alegria é monótona,

As duas precisam ser regadas por lágrimas para que tenham algum sentido.

Afinal de contas eu não sei por que estou falando de cantigas e canções se na verdade eu queria falar de você.

Quem é você?, qual o seu ritmo?, qual a sua melodia?,

Como deverei fazer pra te sintonizar?,

Sinto você fora do meu alcance,

E todas as vezes que eu tento de projetar no palco da minha imaginação...

O pano se fecha,

As luzes se apagam,

E na platéia do nada alguém aplaude o final de uma canção que ninguém escreveu.

Mas, afinal de contas quem é você?

Por que não toca a campainha dos meus sonhos e vem de encontro à vida real?

Por que não permitir que a tua coragem derrote o teu medo e te faça surgir na minha frente em corpo e vontade?

Chega de sonhar, chega de talvez,

Os sentimentos que nascem na dúvida acabam se afogando nas águas da decepção.

Chega de “não sei”,

Está na hora do “é agora”, ou nunca mais te procurarei.

Mas, afinal de contas aonde é que tu moras?

Qual é o teu planeta?

Como saberei de encontrar se encheste de sinais vermelhos o teu caminho?

Estou começando a me entristecer com tudo isso,

Até o meu vocabulário sente os efeitos dos desenganos,

A minha caligrafia está trêmula,

É a ansiedade sufocando a inspiração,

Até os tratamentos eu já misturei,

É tu,

É você,

É ninguém,

É o fim,

E fim também dá canção,

Rima com adeus, com despedida,

Portanto, adeus,

Um dia voltarei