Exaustão

Tô cansado de ser peregrino

Vagando por desertos

Pregando pra camelos

Cantando pra amoucos

Dura lida! Para poucos!

Ainda admiro quem peleja

Quem tá na luta e não esbraveja

Quem não se deu por vencido

Quem supre o remo com as mãos

Quem nesse caos vê a beleza

Mas me perdoem a franqueza

Eu tô cético, eu tô seco

Tô sem sorrisos, indiferente

Imerso em mim, perdido em fins

Triste e descrente, fugindo de gente

Farto comigo, passivo no raso

Deus me livre da armadilha presente

Na crença vil dos ultra coerentes

Na vaidade dos consistentes

Na santidade dos iluminados

No ódio bondoso dos descolados

Na minha própria surdez

Mas não me dê ouvidos

Não me dê linha

Não me leve tão a sério

Eu só estou muito fadigado

Eu só não estou muito inspirado

Daqui a pouco o sol se põe

E amanhã, um novo dia se propõe

Talvez!

Talvez!

Ed View
Enviado por Ed View em 10/09/2024
Código do texto: T8148506
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