Nem o Floyd Explica

Não bastasse a fome nos guetos

Não bastasse a fome nas favelas

Não bastasse o povo no espeto

Ó quantas mazelas

Nem o Floyd explica

Tanta hipocrisia

Nem o Floyd explica

Tanta asfixia

O negro é asfixiado

Pelo quadro social

Agora ele é notícia

Na TV e no jornal

Sua face no asfalto

Ao invés de um mural

Nem o Floyd explica

Tanta hipocrisia

Nem o Floyd explica

Tanta asfixia

Eu sou negro sim

Não quero me mudar

Sou raiz da África

Sou ébano

Sou as entranhas do mundo, sangue de fé

Tenho o cheiro, dos meus ancestrais

Minha alma é de axé.

Nem o Floyd explica

Tanta hipocrisia

Nem o Floyd explica

Tanta asfixia

É Banto, é Nagô, é Cabinda, é jejê,

É Guiné, Quimbundo, Quicongo e iorubá

Essa é a minha cultura

Deixe-me respirar

A América é sangue África

Você tem que me respeitar.

Nem o Floyd explica

Tanta hipocrisia

Nem o Floyd explica

Tanta asfixia.

Mestre Tinga das Gerais
Enviado por Mestre Tinga das Gerais em 11/06/2020
Reeditado em 11/06/2020
Código do texto: T6973957
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