1000 anos

Mil anos (15/09/2013)
Por: Mary Princess

Mil anos de escuridão, olhei pra janela e ainda era inverno,
Inversamente proporcional à geratriz do verso.

Entre pensar e agir, um grande cansaço existencial.
Entre o sim e o não, eu fico na entrelinha.
Incidente, inconsequente, indigente.
Nada estará suficientemente adequado.
Há sempre uma desconhecida face no controle.

Entre o claro e o escuro, um arranjo de concreto.
Já deu minha hora, me retiro sem ser notada.

Pode ser um sonho, eu sei que pode ser um sonho.
E se é, de fato, um sonho, eu sei que não é, não é o meu.

Mil anos de punição, uma vida sem o seu, sem o seu amor.
Se nesses mil anos eu não puder te ver
Se eu não puder te amar, se eu tiver que esconder.
Se nesses mil anos meu destino com o seu não se cruzar
Mil anos de dor eu vou viver, mil anos eu vou sangrar
Mil anos de dor, procurando um lugar,


Procurando te encontrar, mil anos de indecisão.

Nada nem ninguém a minha espera, tão certa!
Não tem fundamento omitir o essencial
Arrancar as folhas dessa história sem fim
Facilmente resumida num emblemático parágrafo

Entre a solidão e a loucura, um primoroso abismo.
Mil anos me separam da prometida abundância
Daquela plenitude que eu sonhei ainda criança
Mil anos me separam da primavera e é apenas mais um dia.

Pode ser um sonho, um sonho ruim, pode ser um sonho.
Eu sei que pode, eu sei que pode ser um sonho.
E se é, de fato, um sonho, eu sei que não é, não é o meu.

Mil anos de punição, uma vida sem o seu, sem o seu amor.
Se nesses mil anos eu não puder te ver
Se eu não puder te amar, se eu tiver que esconder.
Se nesses mil anos meu destino com o seu não se cruzar,
Mil anos de dor eu vou viver, mil anos eu vou sangrar.
Mil anos de dor, procurando um lugar,
Procurando te encontrar, mil anos de indecisão.


No fim da estação, quem há de me aguardar,
Com os braços abertos me receber e do mundo me proteger?
Quem há de me observar? Quem há de meu nome proferir?
Orgulhosamente, assim diz o amor,
Aquela história que eu não li por já saber o grande final.
Marisol Luz (Mary)
Enviado por Marisol Luz (Mary) em 19/05/2020
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