Imperfeitas metades sob a tempestade
Às vezes não sei o porquê,
mas é tão difícil esquecer.
Conto os fatos ao avesso,
fecho os olhos e te vejo.
Eu não esqueço,
então!
O meu travesseiro molhado
porque o teu cheiro no ar.
Ficaram os dias nublados,
aqui dentro de mim.
Quando digo sim,
não!
Das flores mortas que você me deixou,
dessas sementes jogadas lá no portão.
Metades da laranja,a tua franja toquei.
Sobrou um acaso mal contado de amor.
De tão plantado esta dor,
então!
Vi sementes germinarem a solidão,
do bem e o mal que fomos regrando...
Restaram apenas dois pedaços de pão.
E, por mais que me prendas,
parte de mim quer viver.
Já não me entendo,
não!
Tuas amêndoas também plantei,
salivei as rimas que componho.
Libertei os meus sonhos,
lindos sonhos!
Nas tempestades, nos ventos...
Já não sei,
então!
Sob os dias de sol,
chuva e trovão.
Me vi abrindo os olhos
porque não esqueço,
não!
Autor: (ChicosBandRabiscando)