O Azar É Festa

Deixei de ser um quarqué

Já não como mais angu

Hoje sou um coroné

Não sou mais Jeca Tatu

Aqui hoje tem fartura

Tá sobrando até feijão

Bebo leite sem mistura

Como carne e requeijão

O meu cachorro estimado

Já deixou de ser sarnento

Tem um terno alinhado

E seu próprio apartamento

Eu lavo todo o leitão

Com perfume importado

Quando ele entra no facão

Sai toicinho perfumado

Até mesmo a galinhada

Hoje anda bem grã-fina

Vive toda enfeitada

Tem um galo em cada esquina

Se arguma coisa não presta

Isso não vou discuti

Pra mim o azar é festa

O que eu quero é diverti.

Amácio Mazzaropi
Enviado por Poeta Dom Casmurro em 05/08/2019
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