“A ROSA”

Arrasa,

o meu projeto de vida

Querida,

estrela do meu caminho

Espinho,

cravado em minha garganta, garganta

A santa,

às vezes troca meu nome, e some

E some,

nas altas da madrugada

Coitada,

trabalha de plantonista

Artista,

é doida pela Portela, oi ela

Oi ela,

vestida de verde e rosa, a rosa

A Rosa,

garante que é sempre minha

Quietinha,

saiu prá comprar cigarro

Que sarro,

trouxe umas coisas do norte, que sorte

Que sorte,

voltou toda sorridente

Demente,

inventa cada carícia

Egípcia,

me encontra e me vira a cara

Odara,

gravou meu nome na blusa, abusa

Me acusa,

revista os bolsos da calça

A falsa,

limpou a minha carteira

Maneira,

pagou a nossa despesa

Beleza,

na hora do bom se queixa, me deixa

A gueixa,

que coisa mais amorosa, a rosa

A Rosa,

o meu projeto de vida

Bandida,

cadê minha estrela-guia

Vadia,

me esquece na noite escura, mas jura

Me jura,

que um dia volta pra casa

Arrasa...

(*) "A Rosa", Chico Buarque de Holanda.

Lobo da Madrugada
Enviado por Lobo da Madrugada em 12/09/2007
Código do texto: T649551
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