manifesto à sua existência passada
Eu sou o veneno
Por medo da morte
Eu vivo no norte
Com a cara pro vento
Respiro bem fundo por sorte não morro
Não peço socorro
Sou meu próprio alento
Dancei no escuro
Dormi acordada
Chorei sete mares de léguas e meia
Bebi tua saudade cuspi nossa historia
Minguei enquanto você era lua cheia
Porque eu moro dentro
Daquele poema
Transbordo de ódio e amor pelo mundo
Habito num lago e acordo
Com o som de Bethânia tocando ao fundo
Por ânsia de tudo vivi teu passado
Provei do veneno de estar ao teu lado
Chorei nas tuas perdas vivendo teu luto
Por mais cinco vidas paguei meus pecados
Respiro na agua salgada
Afogo angustias vencidas
E nado mergulhando fundo
Virando tua paixão suicida
Sangrando por dentro
e por fora lavando as minhas feridas
Eu sigo com a carne lavada
levando no peito uma alma apodrecida