CAIPIRA CAIPORA
Sou homem do mato
pau- ferro, aroeira,
sou fera sofrida,
sou cobra, sou rastro
nos confins do eito
Nada sei do fundo
que não seja machado e foice.
Não sou de amargar no tempo
viajo no assovio do vento
feito folha solta silente.
E a mil milhas singra minha alma
a mil metros sangra minha calma
E além do jeito e da sorte
mal sei se é virtude ou defeito
refugar o sal da cuia
recusar o que é suspeito
Mas quando o amor é saudade
um sino repica em meu peito
viro três noites na viola
esqueço até de ir embora
sou o mais besta brejeiro.