SURRA MORAL

MINHA ESTAÇÃO

Uma vez, quando, ainda, não tinha nada.

Olhando em volta, era tudo desartilhado.

Cabeça pelada, rabo de cavalo, e inchada.

Bebia, cachaça, whisky, total, o alucinado.

Alcoólatra destemido, ébrio da madrugada.

Famoso, pelo bom humor, por si enganado.

Na hora estável, sentimento duma porrada.

Surra moral, abismo, precipício, frio, gelado.

Consciência tem um nome, a chamo amada.

Querida, amor, se, ti, lhe, "ninha" teu amado.

Rio separando, correnteza, qual desbravada.

Bem eu sabia, como prêmio que me foi dado.

Guia destino da minha estação, agora trilhada.

Navega, mar revoltoso, timão sempre firmado.

Amazona, rédeas curtas, a marcha cadenciada.

Sabedoria da vida, espelha meu rosto, obrigado.